Posição oficial

Entidades questionam mortandade de peixes

Entidades Amapira e SPPA encaminharam ofício a Cetesb, SIMA e Gaema para que se manifestem sobre a mortandade de peixes ocorrida no rio Piracicaba, nos dias 7 e 8 últimos

Romualdo Cruz Filho
14/05/2022 às 07:12.
Atualizado em 14/05/2022 às 07:14
Milhares de peixes de diversas espécies morreram no rio Piracicaba, alguns com até dois quilos (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

Milhares de peixes de diversas espécies morreram no rio Piracicaba, alguns com até dois quilos (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

A Associação dos Amigos do Meio Ambiente de Piracicaba (Amapira) encaminhou ofício à Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) cobrando posicionamento oficial do órgão governamental sobre a mortandade de peixes ocorrida nos dias 7 e 8 de maio, no rio Piracicaba, na altura do bairro Gran Park. O documento foi assinado em parceria com a Sociedade Piracicabana de Proteção aos Animais (SPPA). 

De acordo com o ambientalista Juan Sebastianes, que assina o documento em nome da Amapira, ao lado de Marcos Stênico, presidente da SPPA, também foi encaminhada cópia à Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SIMA) e ao promotor de Justiça Ivan Carneiro, do Gaema (Grupo de Atuação Especial Meio Ambiente) - Ministério Público de Piracicaba. 
O documento destaca que o crime ambiental foi fotografado, filmado e divulgado pela imprensa, gerando forte comoção pública: "tristeza e indignação". 

De acordo com os missivistas, o fato prejudicou muito o equilíbrio ecológico, bem como comprometeu a pesca e as famílias que vivem da atividade para sobreviver, como aquelas que dependem da água 'supostamente contaminada' para irrigar lavoura. As informações que circularam na imprensa deram destaque à possibilidade de ter morrido cerca de duas toneladas de peixes, das mais diversas espécies. 

Em resposta preliminar da Cetesb à imprensa, o órgão de fiscalização tentou passar a impressão de que tenha ocorrido apenas morte natural, uma vez que a qualidade da água estaria "dentro de parâmetros normais", gerando contradição. Como poderiam ter morrido tantos peixes por morte natural em uma água com qualidade para viver?

Nesse sentido o ofício aponta ação criminosa como fator causador da mortandade, que precisa ser investigada. Diz ainda que esse tipo de ação tem ocorrido com certa frequência no mesmo rio, sem que a Cetesb investigue a fundo, o que demonstraria "ineficácia da entidade", que deveria estar melhor equipada para esse tipo de situação.

É cobrado, portanto, avanços na forma de se realizar a fiscalização dos rios da cidade, com tecnologias mais modernas, que possam dar uma amostragem de suas águas em tempo real, em pontos estratégicos, permitindo assim ações preventivas.

As entidades, por fim, cobram investigações mais rigorosas da causa e a punição dos supostos criminosos - com resposta formal à sociedade -, para que a ação não se repita e o rio Piracicaba possa recuperar seu equilíbrio ecológico.

É arrolada na questão a PM Ambiental e a SIMA, para que haja um trabalho integrado, se supere a ineficiência e esse caso seja desvendado, na esperança de que ele não tenha ocorrido por "propósitos escusos que não reflitam os anseios e direitos da população", destaca o documento em sua conclusão.

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