Os Estados Unidos impuseram nesta terça-feira (2) sanções financeiras contra dois comandantes dos rebeldes huthis do Iêmen, acusados de ter "realizado ataques" contra civis, países vizinhos e navios comerciais
Os Estados Unidos impuseram nesta terça-feira (2) sanções financeiras contra dois comandantes dos rebeldes huthis do Iêmen, acusados de ter "realizado ataques" contra civis, países vizinhos e navios comerciais.
O Departamento do Tesouro congelou ativos dos comandantes dos huthis, que desafiaram os apelos internacionais, ao lançar uma ofensiva para se apoderar do último reduto do governo no norte do território.
Visto que é pouco provável que os rebeldes deste empobrecido país tenham contas nos Estados Unidos, os efeitos da medida são simbólicos em grande parte, mas reforçam as duras críticas do presidente Joe Biden ao Irã, que apoia os huthis perante as tropas governamentais iemenitas, apoiadas pela Arábia Saudita.
"Os Estados Unidos condenam a destruição de locais civis pelos militantes huthis sancionados hoje", declarou o Tesouro americano em um comunicado.
Seus atos "buscam promover as intenções desestabilizadoras do regime iraniano" e "alimentam o conflito iemenita, deslocando mais de um milhão de pessoas, e empurrando o Iêmen para a beira da fome extrema", acrescentou.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse em um comunicado que "a participação do Irã no Iêmen aviva as chamas do conflito, ameaçando com uma escalada maior, erros de cálculo e instabilidade regional".
"Ansar Allah usa armas, Inteligência, treinamento e apoio iranianos para lançar ataques que ameaçam alvos civis e infraestrutura no Iêmen e na Arábia Saudita", disse, usando o nome oficial dos huthis.
Blinken condenou a contínua ofensiva dos rebeldes e disse que os Estados Unidos dariam aos sauditas "as ferramentas de que precisam para se defender".
As sanções se dirigem a Mansur al Saadi, apresentado como comandante das forças navais da rebelião, e Ahmad Ali Ahsan al Hamzi, comandante das forças aéreas.
Essas medidas são adotadas depois da promessa de Biden de suspender o apoio dos Estados Unidos às operações ofensivas no Iêmen, assim como de suas críticas ao príncipe-herdeiro saudita, Mohamed bin Salman, depois que um relatório de inteligência americano que teve o sigilo suspenso mostrou que ele aprovou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Também coincidem com o desejo de Washington de manter diálogos com Teerã para tentar salvar o acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano.
Em uma de suas primeiras ações, Biden anulou a inscrição dos huthis na lista de organizações terroristas, decidida no fim do mandato de Donald Trump.
As organizações humanitárias temiam que esta classificação dificultasse o envio de ajuda para as vastas áreas controladas pelos insurgentes, e que isso levasse a uma fome extrema de grande alcance.
O governo de Biden explicou que esta revogação foi motivada por razões puramente humanitárias, e desde então tenta encontrar outras formas para elevar o tom contra os huthis e pressioná-los a negociar uma solução política para o conflito.
As Nações Unidas qualificam a crise humanitária no Iêmen como a pior do mundo e expressaram sua decepção depois de que uma conferência de contribuições na segunda-feira arrecadou 1,7 bilhão de dólares em ajuda, muito abaixo da meta de US$ 3,85 bilhões.
fff/rle/rs/mls/aa/mvv