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Violência aumenta em Yangon e Facebook fecha contas vinculadas ao Exército de Mianmar

Militantes favoráveis à Junta militar, armados com facas e cassetetes, enfrentaram nesta quinta-feira (25) moradores de Yangon, em um aumento súbito da tensão, ao mesmo tempo que o Facebook anunciou o fechamento de todas as contas vinculadas ao Exército de Mianmar

AFP
25/02/2021 às 09:22.
Atualizado em 23/03/2022 às 17:03

Militantes favoráveis à Junta militar, armados com facas e cassetetes, enfrentaram nesta quinta-feira (25) moradores de Yangon, em um aumento súbito da tensão, ao mesmo tempo que o Facebook anunciou o fechamento de todas as contas vinculadas ao Exército de Mianmar.

A revolta da população contra os generais que executaram o golpe de Estado de 1º de fevereiro é grande no país. Centenas de milhares de cidadãos protestam quase diariamente nas ruas para exigir a libertação de Aung San Suu Kyi, ex-chefe de fato do governo civil, e a restauração da democracia.

Nesta quinta-feira, centenas de partidários dos militares saíram às ruas no centro da maior cidade do país e exibiram faixas com frases como "Apoiamos nossas forças de defesa".

As autoridades permitiram o acesso ao emblemático pagode Sule, local importante que nos últimos dias permaneceu isolado por barricadas para impedir a aproximação dos manifestantes pró-democracia.

Os moradores da área começaram a bater panelas, uma ação que virou o símbolo de resistência ao golpe de Estado, para protestar contra a manifestação pró-militar.

Ao meio-dia foram registrados confrontos nas proximidades da estação central de trens de Yangon.

Partidários do Exército - alguns armados com facas, cassetetes e estilingues - atacaram os moradores que vaiavam a manifestação.

"Nos apontaram com estilingues a partir de um automóvel (...) várias pessoas foram feridas na cabeça", contou à AFP Aung Zin Lin, de 38 anos, que mora na região.

Superando em número os defensores da Junta militar, os moradores responderam e conseguiram deter alguns deles, que estavam com cassetetes, navalhas e estilingues, disse a moradora.

Quando a Polícia chegou ao local, mulheres e crianças deram as mãos e formaram um escudo humano, para evitar que as forças de segurança tentassem deter moradores do bairro.

Após um momento de tensão, a Polícia expulsou os agressores.

"Eles (os partidários do Exército) têm o direito de protestar, mas não deveriam ter usado armas", declarou à AFP Zaw Oo, que foi ferido nas costelas. "São uns brutos", completou.

Imagens gravadas por câmeras de segurança, divulgadas nas redes sociais, mostram um homem armado com uma faca perseguindo outros habitantes pelo centro da cidade.

Durante a manifestação favorável aos militares, alguns moradores exibiram cédulas, acusando os simpatizantes da Junta de receber dinheiro do Exército para organizar o protesto.

Em outro ponto da cidade, no campus da Universidade de Yangon, estudantes organizaram uma manifestação pacífica e exibiram bandeiras da Liga Nacional para a Democracia, o partido de Aung San Suu Kyi.

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