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Vídeo impactante abre segundo julgamento político de Donald Trump

Com um vídeo chocante, que justapõe declarações inflamadas de Donald Trump com imagens de seus apoiadores invadindo o Capitólio, o julgamento de impeachment contra o ex-presidente por "incitamento à insurreição" teve início no Senado dos Estados Unidos nesta terça-feira (9)

AFP
10/02/2021 às 04:55.
Atualizado em 23/03/2022 às 18:42

Com um vídeo chocante, que justapõe declarações inflamadas de Donald Trump com imagens de seus apoiadores invadindo o Capitólio, o julgamento de impeachment contra o ex-presidente por "incitamento à insurreição" teve início no Senado dos Estados Unidos nesta terça-feira (9).

O magnata republicano, que deixou o poder em 20 de janeiro e agora reside na Flórida, não comparecerá para testemunhar. É muito provável que acabe sendo absolvido pela Câmara Alta, como ocorreu há um ano.

Mas os democratas pareciam determinados a lembrar aos 100 senadores que atuam como jurados no processo, e a todos os americanos, a violência da invasão de 6 de janeiro, que deixou cinco mortos e entrará para a História.

A acusação contra o 45º presidente dos Estados Unidos é baseada em "fatos claros e sólidos", disse o congressista democrata que está liderando a acusação, Jamie Raskin, no mesmo recinto do Senado que foi atacado violentamente pelos manifestantes pró-Trump.

Durante vários minutos, sem fazer comentários, Raskin transmitiu um vídeo colocando em perspectiva as sequências que ilustram o atentado à sede do Congresso dos Estados Unidos:

- O discurso de Trump chamando seus milhares de seguidores reunidos em frente à Casa Branca para se manifestarem "de maneira pacífica e patriótica" em direção ao Capitólio. "Nunca recuperarão nosso país sendo fracos", declarou o então presidente à multidão.

- A abertura solene das sessões legislativas para certificar a vitória de Joe Biden, rival de Trump nas eleições de novembro.

- E os manifestantes rompendo cercos policiais e entrando no Capitólio, vagando pelos corredores em busca de congressistas odiados, enquanto representantes, senadores e o vice-presidente Mike Pence eram evacuados do Senado ou se escondiam nas galerias da Câmara dos Representantes.

Raskin também lembrou que duas horas após o ataque, Trump tuitou um vídeo no qual dizia que as eleições foram uma "fraude" e, embora tenha pedido aos manifestantes que voltassem para casa, acrescentou: "Amamos vocês".

Se estes acontecimentos "não são passíveis de acusação, então nada é", concluiu o legislador.

Em uma situação sem precedentes, os 100 senadores que atuam como jurados também foram testemunhas e vítimas do ataque.

Os democratas ressaltaram este ponto nesta terça, denunciando as "mentiras" que Trump sustentou durante meses, sem evidências, sobre fraude eleitoral.

"Como todos vocês, fui evacuado quando esta multidão violenta forçou a abertura das portas do Capitólio", disse Joe Neguse, outro dos "promotores".

"Os presidentes não podem inflamar uma insurgência em suas últimas semanas (no cargo) e depois sair como de costume", insistiu ele, em resposta ao principal argumento da defesa, que afirma que um ex-presidente não pode ser submetido a impeachment.

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