Veneza comemorou nesta quinta-feira (17) a decisão da Unesco de incluir a arte das contas de vidro em sua lista de patrimônio imaterial e expressou sua esperança de que isso ajude os artesãos em crise devido à pandemia
Veneza comemorou nesta quinta-feira (17) a decisão da Unesco de incluir a arte das contas de vidro em sua lista de patrimônio imaterial e expressou sua esperança de que isso ajude os artesãos em crise devido à pandemia.
"É com muito orgulho que recebemos este prestigioso e significativo reconhecimento", garantiu à imprensa o prefeito da cidade, Luigi Brugnaro, após receber a notícia.
A arte das contas de vidro é uma das habilidades dos artesãos da ilha de Murano, onde o vidro é fabricado há séculos.
Os antigos venezianos contribuíram para o desenvolvimento do vidro e introduziram a filigrana, fios de vidro opaco e branco no vidro transparente, uma arte mundialmente conhecida que combina bom gosto e habilidade.
A candidatura foi apresentada pela Itália e França, lideradas pela Comunidade das Pérola de Veneza e pela Comunidade Pérola Francesa com o apoio dos Ministérios da Cultura de ambos os países.
As pérolas de vidro venezianas, pequenas e preciosas joias de rara beleza, existem em vários e múltiplos tipos.
A produção de vidro segundo a técnica denominada "lume" (vidro fundido por uma chama em torno de uma haste de metal), é uma das mais antigas e permanece inalterada.
Em Veneza, a produção das contas de vidro foi documentada com certeza desde o século 14 e, por centenas de anos, foi considerada uma mercadoria preciosa para troca e exportação para a África, América e Índia.
Durante a crise de Murano no início do século 19, após a queda da Sereníssima República de Veneza, quando a procura por objetos de vidro caiu drasticamente, a produção de pérolas foi a única que continuou a florescer e se expandir, salvando efetivamente a indústria de vidro veneziana.
A história das contas de vidro venezianas foi muitas vezes esquecida, já que seus criadores geralmente são artesãos desconhecidos, ao contrário dos renomados mestres do vidro, autores de esculturas e vasos nos famosos fornos de Murano.
As fábricas de vidro estão concentradas na ilha de Murano, depois de terem sido obrigadas a se mudar para lá em 1291 devido aos incêndios ocorridos nas zonas mais centrais da cidade.
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