INTERNACIONAL

Uma série no estilo das novas produções digitais estreia em Cuba

Cuba embarca com um documentário no mundo das transmissões de séries dirigidas para o meio digital, com patrocínio do cineasta Oliver Stone, que narra o bloqueio dos Estados Unidos por meio de histórias humanas dentro da ilha

AFP
24/12/2020 às 17:30.
Atualizado em 24/03/2022 às 00:10

Cuba embarca com um documentário no mundo das transmissões de séries dirigidas para o meio digital, com patrocínio do cineasta Oliver Stone, que narra o bloqueio dos Estados Unidos por meio de histórias humanas dentro da ilha.

"The War on Cuba", apresentado na quarta-feira em horário nobre na televisão pública cubana, tem início com uma grande tomada do turístico Malecón em Havana, onde uma garota com um chapéu de aba larga tira uma selfie enquanto dirige um velho carro americano conversível.

"As pessoas vêm em busca da Cuba real e é isso que fazem, mas esta não é a minha Cuba", diz a jornalista Liz Oliva, que leva o telespectador a conhecer a realidade dos cubanos que não aparecem nos cartões postais.

Embora a série critique o governo por ter "queimado" o duro discurso do bloqueio americano, em vigor desde 1962, seu objetivo é mostrar que essa medida, intensificada durante o governo de Donald Trump, afeta diretamente o cotidiano dos cubanos.

"Queremos atingir um público mais amplo e acreditamos que isso é possível por meio das redes sociais e do YouTube", ressaltou o jornalista americano Reed Lindsay, diretor da minissérie, produzida pelos cineastas Oliver Stone e Danny Glover e público no YouTube desde outubro passado, durante apresentação em Cuba.

Entre as histórias contadas na série, Oliva inclui a sua própria como filha de um médico que fazia parte das polêmicas equipes de saúde enviadas ao exterior.

Sua mãe, que participou de uma missão na Venezuela, reconhece que uma das motivações que teve para fazer parte dessas equipes foi a renda mais alta que representava.

As missões médicas de Cuba foram consideradas pelos Estados Unidos como uma forma de "exploração humana".

Por meio das vozes dos cidadãos, o documentário mostra a explosão do turismo e de novos negócios que emergiram após o restabelecimento das relações diplomáticas com os Estados Unidos em 2015, sob o governo de Barack Obama.

"Havana estava lotada, havia celebridades, músicos, políticos, todo mundo, era uma loucura", conta Idania del Río, fundadora da Clandestina, marca famosa do comércio privado cubano.

O país foi palco de um desfile de moda da Chanel, os Rolling Stones se apresentaram em um show lotado e cenas de "Velozes e Furiosos" foram filmadas na ilha.

"Mas aí Trump ganhou" e tudo isso acabou, acrescenta desanimada Idiana, em uma parte da série.

lp/rd/mps/bn

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