INTERNACIONAL

Uma Páscoa sem fiéis pelo coronavírus, que continua seu avanço mortal nos EUA

O mundo vive neste sábado (11) um fim de semana de Páscoa inédito, sem procissões e com igrejas vazias, depois de ter ultrapassado o saldo de 100

AFP
11/04/2020 às 09:18.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:15

O mundo vive neste sábado (11) um fim de semana de Páscoa inédito, sem procissões e com igrejas vazias, depois de ter ultrapassado o saldo de 100.000 mortes pela pandemia de coronavírus, que se acelera nos Estados Unidos, onde 2.100 vítimas fatais foram registradas em um dia.

Por menores que sejam, as boas notícias representam uma injeção de esperança e, neste caso, vem da Espanha, onde o número diário de mortes por coronavírus continua a cair e chegou a 510 neste sábado, quase 100 a menos que no dia anterior.

No momento, a pandemia matou 16.353 pessoas na Espanha, o terceiro país mais atingido do mundo em número de mortos, atrás da Itália e dos Estados Unidos.

Em todo o planeta, a COVID-19 matou pelo menos 102.000 pessoas e o número oficial de infecções atinge 1,7 milhão. Cerca de 70% das mortes ocorreram na Europa.

Em algumas cidades, a epidemia foi particularmente violenta, como em Tomelloso (36.000 habitantes), no centro da Espanha, onde 104 moradores morreram em março devido ao coronavírus.

A grande maioria teve que ser enterrada praticamente sozinha, pois o governo impõe um limite de três pessoas próximas nos funerais.

"Tinha quatro filhos, mas só um conseguiu vir", comentou Ana Alcolea, de 51 anos, cujo pai, de 88 anos, morreu em uma residência para idosos. "Os outros três estão em Barcelona, dois com coronavírus e um trabalhando em um hospital", acrescentou.

A pandemia também provocou cenas assustadoras em Hart Island, nordeste do Bronx, em Nova York, onde dezenas de falecidos por coronavírus, cujos corpos não foram reclamados, foram enterrados em uma vala comum.

Desde o século XIX, as autoridades utilizam essa "ilha dos mortos" como um grande cemitério para pessoas sem-teto. Atualmente, cerca de 24 enterros são realizados diariamente, em comparação com uma média de 25 por semana em períodos normais, de acordo com a administração local.

Os Estados Unidos, atualmente o epicentro da pandemia, com mais de meio milhão de casos confirmados, foi o primeiro país do mundo a registrar mais de 2.000 mortes por coronavírus em um dia e se aproxima do balanço da Itália, com 18.849 mortes (o número oficial mais alto a nível nacional).

Além dos Estados Unidos, a pandemia se agravou na França (mais de 13.000 mortes no total) e no Reino Unido, onde mais de 1.000 pessoas morreram em um único dia, enquanto o Brasil já registra mais de 1.000 mortes por coronavírus desde o início da pandemia.

O presidente americano, Donald Trump, declarou que a epidemia estava "perto do pico" e que as medidas de distanciamento social estavam funcionando. Por esta razão, ele está considerando reativar a maior economia do mundo o mais rápido possível.

"Ficar em casa também leva à morte", disse o presidente, referindo-se ao impacto econômico da pandemia.

No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que um levantamento prematuro das restrições poderia causar um "ressurgimento mortal" da doença.

De Nova York a Nápoles, passando por Nova Délhi, governos de todo o mundo impuseram medidas excepcionais de contenção para retardar o progresso da pandemia, tornando as celebrações da Páscoa deste ano particularmente sóbrias, com as igrejas vazias.

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