A ESTIAGEM

Um Rio de pedras: estiagem castiga o Piracicaba

Baixa vazão faz o manancial viver momentos de agonia

Da Redação
10/09/2020 às 10:06.
Atualizado em 25/03/2022 às 02:33
Cena triste. Trecho abaixo da Passarela Pênsil, na Rua do Porto: leito de pedras (Mateus Medeiros)

Cena triste. Trecho abaixo da Passarela Pênsil, na Rua do Porto: leito de pedras (Mateus Medeiros)

Quinta-feira, 10 de setembro de 2020 O Rio Piracicaba amargava, nesta quarta-feira (9), por volta das 15 horas, uma vazão de 22,80 metros cúbicos de água por segundo (m3/s) e profundidade de 1,09 metro, no trecho que corta da cidade, conforme a Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico (CTMH) dos Comitês PCJ. "Fui até o meio do Rio e não molhei os sapatos", disse o fotojornalista da Gazeta de Piracicaba, Mateus Medeiros. "Vi pássaros mortos, cascudos, um pouco de espuma. A água está muito escura e com cheiro forte", descreveu. Ele conseguiu caminhar no leito do Rio pelas pedras, próximo à Passarela Pênsil. A estiagem castiga o Rio Piracicaba e causa indignação aos moradores que veem um filete de água escorrendo entre as pedras do Salto, um dos principais pontos turísticos da cidade. Ao longo do Rio, surgem os bancos de areia e muitas pedras. Uma situação que deve se agravar ainda mais diante da previsão meteorológica trimestral (setembro, outubro e novembro) de chuvas um pouco abaixo das médias históricas na Região, segundo técnicos PCJ. Alexandre Vilella, coordenador do CTMH, informa que estão sendo descarregados do Sistema Cantareira para as Bacias PCJ 12 m3/s, uma das maiores vazões já praticadas, sendo 10 m3/s no rio Atibaia e 2 m3/s no rio Jaguari, a pedido da Câmara Técnica. "A Região como um todo está vivenciando uma severa estiagem desde o início do período seco, somando-se a isso, o aumento de 5% a 10% do consumo urbano, durante a pandemia, e as altas temperaturas que também aumentam a demanda", observou. De acordo com Vilella, desde o início do período seco de gestão do Sistema Cantareira, 1º de junho, já foram utilizados 78 bilhões de litros para manter as condições mínimas de quantidade e qualidade nos Rios. "É importante destacar que diversos municípios não se abastecem diretamente dos Rios influenciados pelo Cantareira, utilizando-se de reservatórios municipais, poços e outros mananciais, caso de Piracicaba, no Rio Corumbataí". Segundo o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), o Corumbataí fornece de 80% a 90% da água usada no abastecimento da cidade e o Rio Piracicaba, de 10% a 20%, valores que variam em função da qualidade da água do manancial. O curso do Rio em Piracicaba, explicou Vilella, encontra-se a, aproximadamente, 200 quilômetros de distância dos reservatórios do Sistema Cantareira, "possuindo baixa influência direta nas vazões do trecho nas condições atuais". Ele disse que não há registro de problemas de abastecimento na Região. Saiba Mais Vazão nos três últimos anos *9 de setembro de 2019 - 29 m3/s (devido às chuvas) *9 de setembro de 2018 - 18 m3/s *9 de setembro de 2017 - 22 m3/s.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por