INTERNACIONAL

Um conflito, dois museus: Guerra da Coreia ainda divide a península

Setenta anos depois, os museus de Seul e Pyongyang oferecem visões radicalmente diferentes da Guerra da Coreia travada entre Sul e Norte entre 1950 e 1953

AFP
25/06/2020 às 09:15.
Atualizado em 27/03/2022 às 15:53

Setenta anos depois, os museus de Seul e Pyongyang oferecem visões radicalmente diferentes da Guerra da Coreia travada entre Sul e Norte entre 1950 e 1953.

Em Pyongyang, uma estátua gigante de um soldado norte-coreano segurando uma bandeira fica em frente ao museu da Guerra de Libertação da Pátria Vitoriosa, como é chamado o conflito na Coreia do Norte.

Perto da estátua, gravada em uma enorme pedra, uma mensagem do fundador norte-coreano Kim Il Sung, avô do atual líder Kim Jong Un, diz que "as realizações históricas" das forças norte-coreanas durante a guerra "brilharão por dez mil gerações".

Em Seul, capital da Coreia do Sul, as paredes do Memorial de Guerra estão cobertas com placas de metal com o nome dos 190.000 sul-coreanos e membros da coalizão das Nações Unidas liderada pelos Estados Unidos "que morreram em defesa da República da Coreia".

Ambos os museus apresentam estátuas monumentais de combatentes e civis envolvidos na luta.

A guerra começou quando as forças norte-coreanas cruzaram o paralelo 38, onde a União Soviética e os Estados Unidos dividiram a península, então colônia japonesa, nos dias finais da Segunda Guerra Mundial.

O Norte insiste até hoje que foi atacado pelos Estados Unidos e seus "fantoches" da Coreia do Sul.

"Nosso Exército Popular da Coreia frustrou o ataque surpresa do inimigo e imediatamente se voltou para a contra-ofensiva", acrescenta.

Mas os historiadores encontraram vários documentos nos arquivos soviéticos provando que Kim pediu permissão a Josef Stalin, então líder da URSS, para invadir a Coreia do Sul.

O diretor do museu de Seul, Go Hanbin, descarta completamente a história do Norte.

"Ninguém, além deles, defende essa tese", diz.

As forças norte-coreanas tomaram Seul em apenas três dias, após o colapso do exército sul-coreano mal preparado.

O avanço norte-coreano foi interrompido em setembro, após a vitória dos sul-coreanos e das forças da ONU lideradas pelos Estados Unidos na Batalha de Incheon.

Após essa batalha, em outubro, as forças sul-coreanas e americanas ocuparam Pyongyang e avançaram para a fronteira chinesa.

A Coreia do Norte chamou essa fase da guerra de "retirada estratégica".

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