INTERNACIONAL

Um ano após 'imbróglio' sobre Groenlândia, Pompeo aborda 'nova competição' no Ártico

Um ano depois do "imbróglio" da oferta de Donald Trump para comprar a Groenlândia, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, viajou para a Dinamarca nesta quarta-feira (22), onde enfatizou "a nova competição" no Ártico, referindo-se aos objetivos das grandes potências nessa região, incluindo a China

AFP
22/07/2020 às 20:05.
Atualizado em 25/03/2022 às 19:10

Um ano depois do "imbróglio" da oferta de Donald Trump para comprar a Groenlândia, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo, viajou para a Dinamarca nesta quarta-feira (22), onde enfatizou "a nova competição" no Ártico, referindo-se aos objetivos das grandes potências nessa região, incluindo a China.

"Acredito que temos sido todos muito ingênuos", declarou o secretário de Estado em entrevista para a emissora pública DR1.

"Muito ingênuos para não enxergar somente os interesses russos, mas também os chineses entrarem em competição para tornar-se cada vez mais agressivos", declarou o ex-diretor da CIA e próximo ao presidente americano, Donald Trump.

Após fazer uma primeira escala na terça-feira no Reino Unido, onde alertou o mundo sobre a ameaça chinesa, novo grande rival dos EUA, o ex-chefe da CIA e muito próximo de Trump continuou na mesma linha, pedindo aos países que fazem fronteira com o Ártico que defendam os valores de "liberdade, transparência, soberania e estabilidade".

"Essa missão é ainda mais urgente diante da nova competição na região de países que nem sempre ou nunca respeitam as regras", disse em coletiva de imprensa.

A China, que é membro observador do Conselho do Ártico desde 2013, se considera uma potência "próxima ao Ártico" e quer desenvolver uma "rota da seda polar".

Empresas chinesas estabeleceram o objetivo de construir ou reformar aeroportos, que são essenciais no litoral da Groenlândia. O primeiro-ministro groenlandês, Kim Kielsen, viajou para Pequim para discutir a oferta.

Pela manhã, Pompeo se reuniu com a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, em sua residência oficial em Marienborg, a 1 km de Copenhague, e depois com o ministro das Relações Exteriores, Jeppe Kofod.

Esse último o convidou para o encontro de chanceleres da Groenlândia e das Ilhas Faroe. Ambos são territórios dinamarqueses.

"Como vamos falar sobre o nosso relacionamento no Ártico, naturalmente meus colegas da Groenlândia e das Ilhas Faroe precisam estar sentados à mesa. Eu atribuo uma importância crucial a isso", disse Kofod.

A Dinamarca, que considera os Estados Unidos como seu "aliado mais próximo", de acordo com o ministro, apoia há 20 anos a relação de Washington, através por exemplo do envio de tropas ao Afeganistão e ao Iraque, ou participando da intervenção militar na Líbia.

Essas boas relações foram arranhadas em agosto passado por uma oferta inesperada de compra da Groenlândia, um enorme território de mais de dois milhões de quilômetros quadrados no Ártico e uma zona estratégica para um país pequeno como a Dinamarca.

A oferta surpreendeu porque Washington não estava interessado neste território desde a Guerra Fria, apesar de ter uma base aérea em Thule, no norte da Groenlândia.

Em comunicado divulgado nesta terça-feira, o Departamento de Estado destacou o papel da Dinamarca e da Groenlândia no Ártico, "especialmente quando estamos vendo uma atividade reforçadas na região por parte da Rússia e da China".

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