INTERNACIONAL

Uefa diante de um quebra-cabeça com possibilidade de adiamento da Eurocopa

Calendário sobrecarregado, limitações logísticas e econômicas: a Uefa terá que enfrentar um verdadeiro quebra-cabeça ao decidir um possível adiamento da Euro-2020, uma questão que será debatida nesta terça-feira em meio à nova pandemia de coronavírus

AFP
16/03/2020 às 16:50.
Atualizado em 05/04/2022 às 01:04

Calendário sobrecarregado, limitações logísticas e econômicas: a Uefa terá que enfrentar um verdadeiro quebra-cabeça ao decidir um possível adiamento da Euro-2020, uma questão que será debatida nesta terça-feira em meio à nova pandemia de coronavírus.

A menos de três meses da partida de abertura do torneio (de 12 de junho a 12 de julho), a confederação europeia está contra a parede e terá que ponderar sobre o que está em jogo financeiramente e as obrigações relativas à Saúde e ao Esporte.

Por um lado, há um imperativo de saúde pública, com a impossibilidade de organizar uma competição de futebol em um momento em que qualquer concentração de pessoas pode acentuar a propagação da doença.

É também um torneio com um formato sem precedentes, realizado em 12 países europeus ao mesmo tempo, em um momento em que os controles nas fronteiras voltaram a ser realizados e foram até fechados.

Por outro lado, manter a competição provocaria um confronto com as ligas da Europa, para quem é "essencial" que os campeonatos nacionais, atualmente suspensos, "possam terminar esta temporada", segundo a associação de Ligas Europeias.

Além disso, será necessário, sem dúvidas, concluir a Liga dos Campeões, principal fonte de renda da Uefa, e a Liga Europa, que também foi suspensa nas oitavas de final.

Obviamente, todas as hipóteses estão sobre a mesa, começando com o adiamento, mas também a possibilidade de alterar o formato, incluindo a sede, de acordo com uma fonte próxima ao órgão consultada pela AFP no fim de semana passado.

"Adiar a Eurocopa por um ano me parece de longe a melhor solução, inclusive a única", disse à AFP Jacques Lambert, chefe do comitê organizador da Euro-2016, realizada na França. "A situação é extremamente evolutiva e continuará sendo, a Uefa não estará em uma situação melhor dentro de três semanas ou um mês para decidir", acrescentou.

Primeira dificuldade: as cidades organizadoras e a sede dos estádios. "Existe um aspecto contratual importante. Os contratos foram assinados com os estádios e a Uefa precisará confirmar se eles ainda estão disponíveis (em uma data futura). A questão é a mesma para os locais de concentração das equipes, reservados há dois ou três anos", explica Lambert, para quem, apesar de tudo "não há nada insuperável em vista do que está em jogo globalmente".

Outro grande problema é o dos ingressos. A Uefa se vangloriava há algumas semanas atrás de ter recebido mais de 28 milhões pedidos de ingressos para a competição planejada para ocorrer em 12 países de todo o continente, um recorde. Certamente terá que se preparar para outro recorde: o de cancelamentos e, portanto, de reembolsos.

"Aguardo anúncios da Uefa sobre ingressos e as reservas não modificáveis de voos e hotéis", insiste Fabien Bonnel, porta-voz do "Irrésistibles Français", grupo de torcedores dos "Bleus".

Por fim, a confederação europeia dificilmente poderá deixar as televisões de lado na tomada de decisões, que na Euro 2016 contribuíram com um total de 110 milhões de euros em direitos de transmissão, segundo dados publicados pela imprensa.

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