A União Europeia sancionou nesta segunda-feira (22) o chefe da Junta de Mianmar e outras dez autoridades pela repressão dos opositores ao golpe militar, que continuam se manifestando em todo o país
A União Europeia sancionou nesta segunda-feira (22) o chefe da Junta de Mianmar e outras dez autoridades pela repressão dos opositores ao golpe militar, que continuam se manifestando em todo o país.
Desde o golpe de Estado de 1º de fevereiro, que derrubou a líder civil Aung San Suu Kyi, mais de 2.600 pessoas foram presas e cerca de 250 assassinadas, segundo a Associação de Ajuda aos Presos Políticos (AAPP).
O balanço de vítimas pode ser maior, segundo esta organização local de direitos humanos.
Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia aprovaram sanções contra o líder da Junta, o general Min Aung Hlaing, assim como contra nove oficiais das Forças Armadas e o presidente da Comissão Eleitoral.
Eles estão proibidos de viajar para a UE ou de transitar por ela e seus eventuais ativos ou recursos na União estão congelados.
A violência em Mianmar alcançou um nível "absolutamente inaceitável", disse o chefe da diplomacia alemã, Heiko Maas.
Essas são as primeiras sanções desde o golpe de Estado decididas pela UE, que já havia sancionado em 2019 catorze militares e policiais pela perseguição contra a minoria muçulmana dos rohingyas.
Por outro lado, a BBC anunciou nesta segunda-feira a libertação de seu jornalista local em Mianmar, Aung Thura, detido na sexta-feira na capital Naypyidaw. Quarenta jornalistas foram detidos desde o golpe de Estado, segundo o veículo britânico.
Um segundo jornalista, Than Htike Aung, que trabalha para o jornal local Mizzima e que também foi detido na sexta-feira em Naypyidaw, permanece detido.
As conexões móveis e a internet estão cortadas em Mianmar, assim como várias redes wifi. Atualmente, apenas os jornais estatais estão disponíveis.
O meios de comunicação independentes locais, incluindo o Mizzima, tiveram sua licença retirada.
Os opositores ao golpe decidiram se manifestar de dia e também de noite, em um novo desafio à repressão.
Em Mandalay (centro), capital cultural e segunda cidade do país, os manifestantes - entre os quais se encontravam professores - protestaram de novo em grande número antes do amanhecer desta segunda, alguns erguendo cartazes que pediam a intervenção da ONU.
Oito pessoas morreram no domingo e cerca de 50 ficaram feridas na cidade, informou uma fonte médica à AFP.