INTERNACIONAL

UE e Reino Unido buscam "novo impulso" à negociação comercial

O Reino Unido e a União Europeia (UE) anunciaram nesta segunda-feira que darão um "novo impulso" à difícil negociação de sua futura relação comercial, apoiando uma maior intensidade nos debates, a fim de que se chegue a um acordo até o final de 2020

AFP
15/06/2020 às 13:39.
Atualizado em 27/03/2022 às 16:44

O Reino Unido e a União Europeia (UE) anunciaram nesta segunda-feira que darão um "novo impulso" à difícil negociação de sua futura relação comercial, apoiando uma maior intensidade nos debates, a fim de que se chegue a um acordo até o final de 2020.

"É necessário um novo impulso", disse o primeiro-ministro britânico Boris Johnson e os chefes da Comissão Europeia, Conselho e Parlamento, Ursula von der Leyen, Charles Michel e David Sassoli, respectivamente, em comunicado.

Por cerca de uma hora, os líderes revisaram a negociação por videoconferência, realizada "apesar dos desafios impostos pela COVID-19", e apoiaram a intensificação das conversas durante o mês de julho.

Essa intensificação, já acordada pelos negociadores de ambos os lados, deve levar à "conclusão e ratificação de um acordo" até o final de 2020 e, portanto, à "busca rápida" de pontos em comum "se possível".

"O que dissemos hoje é que quanto mais cedo melhor, não há razão para não fazer isso em julho", disse Johnson na televisão após o encontro, considerando que as posições de Londres e Bruxelas "não estão tão distantes".

Apesar de deixarem a UE em 31 de janeiro, os britânicos continuam a obedecer às regras do bloco e permanecem no mercado único europeu e na união aduaneira, enquanto negociam com os europeus sobre suas futuras relações comerciais.

No entanto, com ambos os lados à espreita em suas posições, as negociações iniciadas em março estão paradas. "Não estamos em lugar algum", confirmou uma autoridade europeia antes da reunião.

Londres confirmou na última sexta-feira que é contra prorrogar o período de transição para além de 31 de dezembro, uma decisão que os dirigentes ressaltaram durante sua primeira cúpula desde o Brexit.

"Aconteça o que acontecer, estaremos prontos em 1 de janeiro, quando retomaremos o controle de nossas leis, de nossa fronteiras e de nosso dinheiro", disse uma autoridade britânica, referindo-se às promessas de campanha que levaram Johnson à vitória.

O negociador europeu, Michel Barnier, e seu colega britânico, David Frost, têm diante de si o desafio de chegar a um acordo para o outono boreal para dar tempo à ratificação pelos diferentes parlamentos antes do final do ano.

Os principais obstáculos são conhecidos: as demandas da UE de acesso dos navios de pesca europeus às ricas águas britânicas e garantias de Londres em questões fiscais, ambientais e sociais.

Os europeus temem que o Reino Unido diminua seus padrões nessas áreas, tornando-se um rival desleal.

No caso de fracasso, ao final do período de transição, as partes aplicariam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), que implicam maiores direitos e controles aduaneiros.

bur-tjc/zm/mr/cc

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