Os líderes da União Europeia (UE) optaram, nesta quinta-feira (19), por evitar uma escalada da crise política com a Hungria e a Polônia, durante cúpula por videoconferência para discutir as respostas à covid-19, mas com uma agenda dominada pelo veto desses dois países à aprovação do orçamento plurianual e do ambicioso plano de recuperação pós-pandemia
Os líderes da União Europeia (UE) optaram, nesta quinta-feira (19), por evitar uma escalada da crise política com a Hungria e a Polônia, durante cúpula por videoconferência para discutir as respostas à covid-19, mas com uma agenda dominada pelo veto desses dois países à aprovação do orçamento plurianual e do ambicioso plano de recuperação pós-pandemia.
Em reunião repleta de expectativas diante da gravidade da situação, os dirigentes evitaram o agravamento da crise e se limitaram a expor a necessidade de aprovação dos dois pacotes, em especial o de estímulo econômico.
Segundo um diplomata europeu, os dirigentes da Hungria e da Polônia, assim como da Eslovênia, usaram da palavra para "reiterar as razões dos posicionamentos que tomaram, sem acrescentar nada de novo".
Assim, os líderes evitaram o surgimento de uma crise geral e deixarão as equipes de níveis abaixo buscar um caminho de entendimento geral.
De acordo com um funcionário da UE, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, contatou todas as delegações antes da conferência para garantir que as discussões fossem mantidas "sob controle".
Em razão da segunda onda de coronavírus, os chefes de Estado e de Governo dos 27 países europeus decidiram em 29 de outubro manter contatos regulares para coordenar uma resposta do bloco.
A agenda do encontro acabou sendo focada, porém, pela iminência de uma nova crise política no bloco, com o veto da Hungria e da Polônia, com o apoio da Eslovênia, à aprovação do orçamento para o período 2021-2027 e ao pacote de apoio à recuperação econômica pós-pandemia.
A profunda divisão reside na obrigatoriedade de os países interessados nos recursos da UE exibirem padrões de qualidade democrática e respeito pelo Estado de Direito.
O orçamento da UE para o período de 2021-2027 é de mais de 1 trilhão de euros, e o programa de recuperação econômica associado é de 750 bilhões euros. No total, uma quantia equivalente a cerca de US$ 2 trilhões.
Hungria e Polônia, dois países duramente criticados pela UE por seus abusos nesta área, opuseram-se à ideia desde o início. Esta semana, causaram um terremoto político com o veto à aprovação dos dois pacotes.
A situação ficou ainda mais grave na quarta-feira, quando uma carta do primeiro-ministro da Eslovênia, Janez Jansa, foi divulgada em apoio à posição de Hungria e Polônia.
Outro diplomata europeu disse à AFP que a decisão de não confrontar abertamente a Hungria e Polônia por causa da gravidade de seu veto se deve à modalidade da discussão.
Segundo esta fonte, "não havia nada a ser discutido neste nível político, é muito prematuro. Que as discussões passem para um nível abaixo".
A chanceler alemã, Angela Merkel, abriu as discussões com um breve panorama da situação, na qual destacou a importância de se chegar a um acordo.