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Twitter pede desculpas por colaboração de funcionários em ataque de hackers

O Twitter pediu desculpas neste sábado, após a divulgação de que hackers que tiveram acesso a contas de personalidades e políticos o conseguiram após "manipularem um pequeno número de funcionários", o que representa um golpe na confiança dos usuários, reconheceu a rede social

AFP
18/07/2020 às 12:04.
Atualizado em 25/03/2022 às 20:07

O Twitter pediu desculpas neste sábado, após a divulgação de que hackers que tiveram acesso a contas de personalidades e políticos o conseguiram após "manipularem um pequeno número de funcionários", o que representa um golpe na confiança dos usuários, reconheceu a rede social.

Os hackers tinham como objetivo 130 contas e conseguiram acessar 45, graças ao "uso de ferramentas acessíveis apenas às equipes de suporte interno", explicou a empresa.

Entre os afetados pelo ataque estão líderes políticos - como o candidato presidencial democrata Joe Biden e o ex-presidente Barack Obama - e grandes empresários, como Jeff Bezos, fundador do grupo Amazon; Elon Musk, chefe da Tesla; e Bill Gates, fundador da Microsoft.

O Twitter reconheceu o dano que o ataque pode causar à reputação da empresa: "Estamos envergonhados, decepcionados e, principalmente, sentimos muito. Sabemos que precisamos reconquistar sua confiança e apoiaremos todos os esforços realizados para que os responsáveis respondam na Justiça."

- Dobrar a aposta -

O objetivo do ataque pode ter sido econômico. Os hackers enviaram mensagens a partir das contas às quais tiveram acesso para incentivar os usuários do Twitter a depositarem bitcoins, uma criptomoeda, com a promessa de receberem o dobro de volta.

De acordo com sites especializados que registram movimentações em bitcoins, apesar de não ser possível saber a identidade dos destinatários, foram enviados através deste mecanismo cerca de 100 mil dólares.

O Twitter informou neste sábado que, de oito destas contas, os hackers baixaram dados aos quais apenas seus donos podem ter acesso. A rede social explicou que, a partir das ferramentas que os hackers acessaram, eles burlaram a barreira da dupla verificação, processo que dá mais segurança do que a senha.

O ataque, investigado pelo FBI, gerou um debate sobre a segurança das redes sociais meses antes da eleição presidencial de novembro nos Estados Unidos, mas também sobre as possíveis consequências se os hackers tivessem conseguido acessar a conta do presidente americano, Donald Trump, que, muitas vezes, conduz sua diplomacia no Twitter, onde acumula 83,5 milhões de seguidores.

- "Um grupo de jovens" -

O Twitter não divulgou detalhes sobre os funcionários envolvidos no ataque, nem sobre a identidade dos hackers, que tiveram acesso a informações pessoais, como e-mail e número de telefone dos donos das contas.

Segundo o jornal "The New York Times" (NYT), tudo começou a partir de um hacker misterioso que operava sob o codinome "Kirk" e que tinha acesso interno. O jornal descarta a tese de ataque orquestrado por um país ou por um grupo famoso de hackers.

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