O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visita nesta sexta-feira (10) a Flórida, um dos estados do país castigados pelo novo coronavírus, com Venezuela, tráfico de drogas e arrecadação de fundos na agenda, ignorando os riscos de contágio ao aumentar suas aparições públicas antes das eleições
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visita nesta sexta-feira (10) a Flórida, um dos estados do país castigados pelo novo coronavírus, com Venezuela, tráfico de drogas e arrecadação de fundos na agenda, ignorando os riscos de contágio ao aumentar suas aparições públicas antes das eleições.
O presidente republicano, que busca renovar seu mandato em novembro e para isso conta com a conquista da Flórida, chega ao estado em um momento em que o vírus já matou mais de 4.000 pessoas ali e nos últimos dias viu uma avalanche de casos e hospitalizações.
A Flórida bateu recordes na quinta-feira de novas infecções em um único dia (8.935) e de mortes (120).
"Certamente, acho que a Flórida ficou um pouco fora de controle", disse Anthony Fauci, principal autoridade em doenças infecciosas do país, ao site de análise política FiveThirtyEight na quinta-feira.
O problema vai além da Flórida, onde o governador republicano Ron DeSantis subestimou o surto a princípio, apesar de ter sido obrigado a interromper a reabertura econômica.
Os Estados Unidos são o país mais afetado no mundo pela pandemia de COVID-19, com mais de 3,1 milhões de infecções confirmadas e 133.000 mortes.
Na avaliação de Fauci, comparado com outros países, os Estados Unidos não estão indo bem no combate ao vírus, um problema que ele atribuiu em parte à polarização política que impede "uma abordagem mais coordenada".
Trump, que tem rejeitado a gravidade da pandemia desde o início, respondeu na Fox News na mesma quinta-feira, dizendo que Fauci "é um homem bom, mas cometeu muitos erros".
"Muitos disseram: "Não use máscara, não use máscara", agora eles dizem "use máscaras"", disse.
Nesta sexta, enquanto viajava para a Flórida, Trump afirmou a jornalistas que as relações com a China foram "profundamente abaladas" por causa do aparecimento da pandemia do novo coronavírus, que surgiu no gigante asiático em dezembro passado.
"Eles poderiam ter interrompido a doença, poderiam ter parado a doença e não o fizeram", ressaltou o presidente.
De acordo com uma pesquisa da ABC News e Ipsos divulgada quinta-feira, 67% dos americanos desaprovam a resposta de Trump ao coronavírus.
O presidente, no entanto, mantém sua estratégia de intensificar eventos públicos para agradar sua base e garantir votos.
A Flórida, um "swinging state" (com volatilidade eleitoral), é fundamental para vencer as eleições presidenciais: ali, Trump espera obter votos não apenas dos exilados cubanos, mas também da diáspora venezuelana de Miami, que busca cada vez mais a saída do poder de Nicolás Maduro.