INTERNACIONAL

Trump visita a Flórida em meio a surto de COVID-19 e com Venezuela na agenda

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visita a Flórida nesta sexta-feira, um estado atingido pelo coronavírus, com Venezuela, tráfico de drogas e arrecadação de fundos em sua agenda, ignorando os riscos de contágio ao aumentar suas aparições públicas antes das eleições

AFP
10/07/2020 às 15:37.
Atualizado em 25/03/2022 às 23:25

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, visita a Flórida nesta sexta-feira, um estado atingido pelo coronavírus, com Venezuela, tráfico de drogas e arrecadação de fundos em sua agenda, ignorando os riscos de contágio ao aumentar suas aparições públicas antes das eleições.

O presidente republicano, que busca renovar seu mandato em novembro e conta com a conquista da Flórida, chega ao estado em um momento em que o vírus já matou ali mais de 4.000 pessoas e nos últimos dias viu uma avalanche de casos positivos e hospitalizações.

A Flórida bateu recordes na quinta-feira de novas infecções em um único dia (8.935) e de mortes (120).

"Certamente, acho que a Flórida ficou um pouco fora de controle", disse Anthony Fauci, principal autoridade em doenças infecciosas do país, ao site de análise política FiveThirtyEight na quinta-feira.

O problema vai além da Flórida, cujo governador republicano Ron DeSantis subestimou o surto a princípio, apesar de ter se visto obrigado a interromper a reabertura econômica.

Os Estados Unidos são o país mais afetado no mundo pela pandemia de COVID-19, com mais de 3,1 milhões de infecções confirmadas e 133.000 mortes.

Na avaliação de Fauci, comparado a outros países, os EUA não estão indo bem no combate ao vírus, um problema que ele atribuiu em parte à polarização política que impede "uma abordagem mais coordenada".

Trump, que tem rejeitado a gravidade da pandemia desde o início, respondeu na Fox News na mesma quinta-feira, dizendo que Fauci "é um homem bom, mas cometeu muitos erros".

"Muitos disseram: "Não use máscara, não use máscara", agora eles dizem "use máscaras". Muitos erros foram cometidos, muitos erros", afirmou o presidente, que nunca foi visto em público usando uma máscara.

De acordo com uma pesquisa da ABC News e Ipsos divulgada quinta-feira, 67% dos americanos desaprovam a resposta de Trump ao coronavírus.

O presidente, no entanto, mantém sua estratégia de intensificar eventos públicos para agradar sua base e garantir votos.

A Flórida, um estado pendular, é fundamental para vencer as eleições presidenciais: ali, ele espera obter votos não apenas dos exilados cubanos como também da diáspora venezuelana de Miami, que busca cada vez mais a saída do poder de Nicolás Maduro.

O candidato presidencial democrata Joe Biden, que está 5 pontos à frente de Trump na Flórida, criticou a viagem do presidente, não apenas por sua gestão da pandemia, mas por sua resposta à crise na Venezuela, também intimamente ligada à situação. em Cuba, aliado de Caracas.

"Com mais de 232.000 casos e mais de 4.000 mortes na Flórida, é claro que a resposta de Trump - ignorar, culpar terceiros e distrair - foi às custas das famílias da Flórida", escreveu o ex-vice-presidente de Barack Obama, que destacou os problemas de acesso aos cuidados médicos e os altos índices de desemprego no estado.

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