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Trump se nega a testemunhar em julgamento de impeachment 'inconstitucional'

O ex-presidente Donald Trump se negou nesta quinta-feira (4) a testemunhar no julgamento de impeachment que começará na semana que vem e que ele considera "inconstitucional", declinando um pedido dos legisladores que atuarão como promotores do processo

AFP
04/02/2021 às 21:33.
Atualizado em 23/03/2022 às 20:11

O ex-presidente Donald Trump se negou nesta quinta-feira (4) a testemunhar no julgamento de impeachment que começará na semana que vem e que ele considera "inconstitucional", declinando um pedido dos legisladores que atuarão como promotores do processo.

A defesa de Trump ridicularizou o pedido do congressista democrata Jamie Raskin, que lidera a parte acusadora, para ser interrogado sobre o ataque de 6 de janeiro ao Capitólio, como um "golpe de efeito comunicacional".

"Sua carta só confirma o que todos sabem: não podem provar suas acusações" contra Trump, afirmaram os advogados do ex-presidente, Bruce Castor e David Schoen, na resposta.

Embora os advogados não tenham confirmado se Trump testemunhará, o principal assessor do magnata republicano, Jason Miller, afirmou categoricamente que ele não o fará.

"O presidente não testemunhará no processo inconstitucional", garantiu Miller à AFP.

A recusa de Trump é anunciada cinco dias antes do início do julgamento no Senado do ex-presidente republicano, acusado de "incitar à insurreição".

Em seu segundo julgamento de impeachment, Trump é acusado de fomentar o ataque de seus partidários ao Congresso dos Estados Unidos há um mês, obrigando os legisladores a suspender o processo para certificar a vitória de Joe Biden, seu rival nas eleições presidenciais de novembro.

Raskin pediu a Trump, que afirma sem provas que Biden venceu por fraude massiva, para dar seu testemunho "sob juramento", antes ou durante o julgamento, entre segunda-feira 8 e quinta-feira 11 de fevereiro.

"Se você recusar este convite, nos reservamos todos os direitos, incluindo o direito de argumentar no julgamento que sua recusa em testemunhar pesa muito contra você", escreveu Raskin.

A carta de Raskin e a resposta da defesa estabeleceram as linhas de batalha para um impeachment nunca antes visto de um presidente após deixar o cargo.

Os promotores democratas da Câmara Baixa, chamados de gerentes do impeachment, dizem que o líder republicano foi responsável pelo ataque à sede do Congresso, que deixou cinco mortos.

"Em uma grave traição ao seu juramento, o presidente Trump incitou uma multidão violenta a atacar o Capitólio dos Estados Unidos", argumentaram.

Mas a equipe de Trump argumentou nesta terça-feira que tudo o que o ex-presidente disse nos dias e horas antes do ataque para encorajar seus apoiadores a rejeitar a vitória de Biden nas eleições estava coberto por seu direito constitucional à liberdade de expressão. Os advogados do magnata também afirmam ser inconstitucional julgar um ex-presidente no Senado.

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