O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (21) a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos, que permite verificar a movimentação militar dos signatários, depois de acusar Moscou de violar os termos do acordo
O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (21) a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos, que permite verificar a movimentação militar dos signatários, depois de acusar Moscou de violar os termos do acordo.
Este é o terceiro acordo de controle de armas do qual Trump decide retirar seu país desde o início de seu governo, após a saída do pacto internacional sobre o programa nuclear do Irã e do tratado sobre mísseis terrestres de médio alcance.
"A Rússia não aderiu ao tratado", disse Trump a repórteres no jardim da Casa Branca.
"Se eles não respeitam, nos retiramos", afirmou o presidente, confirmando uma informação divulgada pelo jornal The New York Times.
O acordo, firmado para melhorar a transparência e a confiança entre as partes, permite aos signatários realizar um número determinado de voos de reconhecimento por ano, com apenas um breve aviso. Também possibilita fotografar instalações e atividades militares, além de coletar informações.
A ideia é de que quanto mais exércitos rivais se tornem conhecidos, menor a chance de conflito entre eles. Mas as partes também usam os voos para examinar as vulnerabilidades de seus oponentes.
Os Estados Unidos acusaram repetidamente a Rússia de violar esse tratado. O secretário de Defesa Mike Esper relatou ao Congresso no início de março que "eles trapaceiam há anos".
Para Moscou, a decisão americana de se retirar do pacto com mais de 30 signatários representa um "golpe" para a segurança europeia.
"A retirada dos Estados Unidos desse tratado significa um golpe não apenas para a segurança europeia, mas também para os instrumentos militares de proteção e segurança dos próprios aliados dos Estados Unidos", disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia Alexandre Grouchko, citado por agências de notícias locais.
"Não é um tratado bilateral, mas multilateral. E uma decisão tão brusca afetará os interesses de todos os participantes, sem exceção", acrescentou Grouchko.
Embaixadores dos países membros da Otan foram convocados para uma reunião de emergência na sexta-feira após o anúncio dos EUA, disseram fontes diplomáticas.
O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, pediu aos Estados Unidos que "reconsiderem" sua decisão, embora também tenha pedido à Rússia que cumpra suas obrigações.
O chefe da diplomacia dos EUA, Mike Pompeo, indicou que Washington informará oficialmente os países membros de sua decisão na sexta-feira e que abrirá uma janela de seis meses até sua partida final.
Jonathan Hoffman, porta-voz do Pentágono, disse que a Rússia "viola continuamente e de forma flagrante suas obrigações" relacionadas ao pacto.