O principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, afirmou nesta terça-feira, em audiência no Congresso, que o presidente Donald Trump nunca lhe pediu que freasse os testes do novo coronavírus, após comentários do chefe de Estado americano neste sentido, que causaram alarme
O principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, afirmou nesta terça-feira, em audiência no Congresso, que o presidente Donald Trump nunca lhe pediu que freasse os testes do novo coronavírus, após comentários do chefe de Estado americano neste sentido, que causaram alarme.
"A nenhum de nós foi pedido que diminuíssemos o ritmo dos testes", disse Fauci a um painel da Câmara dos Representantes sobre os esforços para conter a pandemia, que já matou mais de 120 mil pessoas nos Estados Unidos.
Outras três autoridades sanitárias que assessoram a Casa Branca também responderam "Não", sem hesitar, quando um deputado lhes perguntou se o presidente havia pedido que houvesse uma redução no ritmo dos testes.
Trump, que busca a reeleição em novembro, levantou uma onda de críticas no último sábado, quando, durante um ato de campanha em Tulsa, Oklahoma, disse que os testes são uma "faca de dois gumes", pois, quanto mais são feitos, mais casos são encontrados. "Então, disse à minha gente: "Diminuam a velocidade dos testes.""
Mais tarde, um funcionário da Casa Branca disse à AFP que Trump estaria brincando, o que incomodou ainda mais os críticos do presidente americano, que insistiu hoje em que seu comentário não foi uma piada.
"Eu não brinco", afirmou Trump a jornalistas. "Ao fazermos mais testes, encontramos mais casos", reforçou, sugerindo que o alto número de testes é uma responsabilidade política durante um ano eleitoral. "Ter mais casos soa mal, mas na realidade o que acontece é que estamos descobrindo casos."
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