Donald Trump estará em seu nicho na próxima semana como estrela absoluta da convenção republicana, que o indicará oficialmente para competir por um segundo mandato na eleição presidencial de 3 de novembro nos Estados Unidos
Donald Trump estará em seu nicho na próxima semana como estrela absoluta da convenção republicana, que o indicará oficialmente para competir por um segundo mandato na eleição presidencial de 3 de novembro nos Estados Unidos.
Forçado pela pandemia a realizar um comício partidário quase interaimente virtual, o magnata não terá as multidões eletrizantes que adora. Mas aproveitará cada momento para desdobrar toda a artilharia contra seu rival Joe Biden, que acaba de se candidatar oficialmente pelo Partido Democrata.
"Sou o único que se interpõe entre o sonho americano e a anarquia, a loucura e o caos total", disse Trump na sexta-feira diante do Council of National Policy, um grupo de ativistas conservadores.
"Me envergonha um pouco dizer "Sou o único". Mas não há outra maneira de dizer isso. Temos que ganhar as eleições. Sou o indicado", afirmou, em meio a gritos de "USA, USA, USA! (sigla para EUA, em inglês)".
Diferente de Biden, um veterano político de 77 anos que faz sua campanha para a Casa Branca sem sair de Wilmington - cidade no estado de Delaware onde reside devido à pandemia - Trump, de 74, não deixou de viajar por todo o país nos últimos dias.
Em contraste com a convenção virtual de Biden, Trump estará presente na segunda-feira no Convention Center que receberá a reduzida convenção republicana em Charlotte, Carolina do Norte. Então, 300 delegados dos 50 estados do país farão a votação nominal para indicá-lo.
Para a alegria do presidente, os holofotes voltarão a apontar para ele na quinta-feira, quando pronunciar seu discurso de aceitação nos jardins da Casa Branca, um ambiente privilegiado que, segundo seus críticos, confunde as linhas tradicionalmente respeitadas entre as funções do presidente e as ações do candidato.
Não se sabe muito sobre o programa, exceto que o vice-presidente Mike Pence renovará sua posição na quarta-feira em Fort McHenry, um histórico enclave perto de Baltimore.
Além disso, a primeira-dama, Melania Trump, fará um discurso na terça-feira no icônico jardim de rosas da Casa Branca.
A modelo que chegou da Eslovênia em meados dos anos 1990 tentará minimizar o papelão de 2016, quando seu discurso na Convenção Nacional Republicana foi acusado de plagiar trechos inteiros do discurso de Michelle Obama em 2008.
Suas palavras agora são aguardadas com impaciência, não apenas pelo habitual baixo perfil da primeira-dama, mas porque dias atrás sua recusa em segurar a mão do marido ao descer do avião Air Force One levantou suspeitas de tensões na vida do casal presidencial.
Outros membros da família Trump, especialmente sua filha mais velha e assessora, Ivanka, podem ter um lugar de destaque, assim como aliados do presidente, como o líder da minoria na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, e a ex-embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley.
Entre os convidados especiais estarão Patricia e Mark McCloskey, transformados em heróis da direita depois de serem filmados brandindo armas de fogo contra um grupo de manifestantes que protestavam em St. Louis.
A potente combinação do patriotismo e retórica antissocialista do presidente promete ser protagonista, depois que Trump acusou Biden dias atrás de ser "um Cavalo de Tróia do socialismo".
De qualquer forma, uma coisa é certa: Trump não contará com o apoio declarado da maioria dos ex-presidentes americanos.