Ainda não recuperado, Donald Trump minimizou nesta terça-feira (6) a ameaça da covid-19, tentando, diante de pesquisas alarmantes, credenciar a ideia de que seria imune ao vírus, mas também à derrota
Ainda não recuperado, Donald Trump minimizou nesta terça-feira (6) a ameaça da covid-19, tentando, diante de pesquisas alarmantes, credenciar a ideia de que seria imune ao vírus, mas também à derrota.
A menos de um mês das eleições contra Joe Biden, o presidente americano aposta, com tuítes e vídeos de apoio, na carta de líder destemido que superou o vírus e pediu a seus compatriotas que não tenham medo da covid-19.
Além da avalanche de críticas que esse discurso suscita entre a classe médica, pode ser difícil ouvi-lo em um país que acaba de superar a barreira das 210 mil mortes.
A covid-19 será a terceira principal causa de morte nos Estados Unidos em 2020.
Criticado desde o início da pandemia por suas mensagens rudes, a aproximação de outras pessoas ou falta de empatia, o inquilino da Casa Branca parece determinado a não alterar o discurso.
"A gripe sazonal está chegando!", tuitou em seu primeiro alerta na Casa Branca, após três dias no hospital militar Walter Reed.
"Vamos fechar o nosso país? Não, aprendemos a conviver com ela, da mesma forma que aprendemos a conviver com a covid, que na maioria das pessoas é muito menos fatal!", acrescentou, ignorando os números.
De acordo com as autoridades de saúde dos Estados Unidos, a gripe sazonal nunca, durante a última década, atingiu a marca de 100.000 mortes em um ano.
Para seu retorno à Casa Branca na noite de segunda-feira, Donald Trump optou por uma grande encenação e lembrou aos Estados Unidos e ao mundo seu gosto pela provocação.
Imediatamente após descer do helicóptero, ele subiu as escadas da residência.
Lá, ajeitou o paletó, tirou a máscara e ergueu os polegares, em um estranho gesto de desafio, à medida que os casos de covid-19 em sua comitiva se multiplicam.
Seu futuro político está, por enquanto, carregado de sinais ameaçadores. Com a aproximação da eleição de 3 de novembro, os números preocupam o 45º presidente da história, que teme se limitar a um único mandato, ao contrário de seus três antecessores: Barack Obama, George W. Bush e Bill Clinton.
De acordo com a última pesquisa CNN/SSRS divulgada na manhã desta terça-feira, ele aparece agora 16 pontos atrás (41% contra 57% das intenções de voto) em comparação com Joe Biden.
Uma pesquisa da NBC/WSJ divulgada no domingo o colocava 14 pontos atrás de seu rival democrata.