Com uma avalanche de mensagens e de declarações à rede Fox News, Donald Trump tentou nesta quinta-feira (10) apaziguar a polêmica que surgiu de uma série de entrevistas concedidas ao jornalista Bob Woodward, autor de um livro explosivo sobre o presidente americano
Com uma avalanche de mensagens e de declarações à rede Fox News, Donald Trump tentou nesta quinta-feira (10) apaziguar a polêmica que surgiu de uma série de entrevistas concedidas ao jornalista Bob Woodward, autor de um livro explosivo sobre o presidente americano.
Após a publicação de trechos de "Rage", que estará à venda na terça-feira, o presidente norte-americano atacou seu autor, famoso por ter revelado o escândalo Watergate na década de 1970 com Carl Bernstein.
Na contagem regressiva para as eleições de novembro, nas quais enfrentará o democrata Joe Biden, a pandemia de covid-19 se tornou um tema central da campanha para o desconforto do republicano.
"Bob Woodward teve minhas declarações por vários meses", disse ele em um tuíte.
"Se ele pensou que elas eram tão ruins, ou perigosas, por que não relatou imediatamente, em um esforço para salvar vidas? Não tinha a obrigação de fazer isso? NÃO, porque sabia que eram respostas boas e adequadas", afirmou.
Trump deu a Woodward 18 entrevistas entre dezembro de 2019 e julho de 2020, por telefone e presencialmente.
O magnata republicano não podia esperar elogios do autor de "Fear, Trump in the White House", um livro publicado há dois anos que retrata um presidente inculto, furioso e paranoico.
"Sempre quis minimizar (o perigo)", disse o presidente em uma conversa com Woodward em 19 de março.
No entanto, semanas antes, em 7 de fevereiro, ele explicou ao jornalista como o novo coronavírus era "uma coisa mortal".
Trump tem sido duramente criticado pela gestão da epidemia, que matou mais de 190.000 pessoas nos Estados Unidos, tanto de seus adversários quanto de cientistas e até de alguns membros de seu próprio partido.
Ele é acusado de ter enviado sinais contraditórios e confusos, mas também de ter falhado na hora de se compadecer pela devastação causada pela covid-19.
"Não quero que as pessoas tenham medo, não quero criar pânico", foi o argumento usado na quarta-feira para explicar sua reação à emergência, em contraste com suas previsões fatalistas sobre uma possível "anarquia", se Joe Biden vencer as eleições em 3 de novembro.
Consultado nesta quinta-feira pela Fox News, o presidente fez novas previsões de fim do mundo.
"Posso dizer uma coisa com certeza: se Biden vencer as eleições, a China acabará assumindo o controle dos Estados Unidos", disse.
Ele também antecipou uma "quebra do mercado de ações como nunca antes", caso seu oponente democrata, que lidera as pesquisas, chegue à Casa Branca.