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Trump impulsiona ajuda econômica por setores após romper diálogo com democratas

Em meio a uma tempestade de críticas sobre a possibilidade de adiamento de um novo pacote de ajuda econômica em meio à pandemia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai ficando para trás nas pesquisas com vistas às eleições de novembro e baixa seu tom de confronto a fim de obter ajuda específica para alguns setores da economia

AFP
07/10/2020 às 19:04.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:57

Em meio a uma tempestade de críticas sobre a possibilidade de adiamento de um novo pacote de ajuda econômica em meio à pandemia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai ficando para trás nas pesquisas com vistas às eleições de novembro e baixa seu tom de confronto a fim de obter ajuda específica para alguns setores da economia.

Trump interrompeu abruptamente as negociações com a oposição democrata sobre um novo plano de ajuda para mitigar o impacto da pandemia na terça-feira.

As críticas se multiplicaram, mesmo por parte do campo conservador e da poderosa Câmara de Comércio dos Estados Unidos, enquanto Wall Street reagiu com um revés, que levou o presidente a abrir as portas para medidas específicas, principalmente para companhias aéreas, e cheques diretos aos trabalhadores.

A virada de chave permite que Trump argumente que está lutando pelas empresas e trabalhadores americanos, contra os democratas que preferem um pacote de ajuda que inclui estados e governos locais.

A líder da maioria democrata na Câmara de Representantes (baixa), Nancy Pelosi, disse que Trump tenta recuperar terreno após o "terrível erro" que cometeu ao suspender as negociações - que ela mesma liderou para a oposição - com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

O candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acusou Trump de "virar as costas" aos trabalhadores.

"O fracasso de Washington (ndr: do sistema político) em aprovar uma nova ajuda humanitária para a covid-19 será sentido nas ruas e nas mesas das famílias em todos os Estados Unidos", disse o vice-presidente da Câmara de Comércio, Neil Bradley, em um comunicado.

Tanto os economistas quanto o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, destacaram que um novo pacote de ajuda, além dos 2,2 trilhões já concedidos desde março, é fundamental para impulsionar a recuperação de uma economia atingida pelo coronavírus.

"Não acho que o renascimento dependa de um grande programa de ajuda", disse Larry Kudlow, o assessor econômico da Casa Branca, em entrevista à CNBC.

Mas "há várias medidas que consideramos que podem ser de grande ajuda para setores específicos da economia", acrescentou, citando a extensão do programa de crédito para pequenas empresas ou subsídios para as companhias aéreas pagarem salários.

Trump adotou um tom mais conciliador na noite de terça-feira, garantindo no Twitter que ratificaria imediatamente qualquer texto da lei que preveja cheques de 1.200 dólares para famílias americanas e 135 bilhões para pequenas empresas, dois elementos que já estavam incluídos nas negociações bipartidárias.

Ele também pediu ao Congresso que "aprove IMEDIATAMENTE" 25 bilhões de dólares em ajuda às companhias aéreas, que iniciaram demissões em massa em 1º de outubro.

Para o presidente, as posições de republicanos e democratas são "muito distantes" e a apenas quatro semanas das eleições presidenciais de 3 de novembro não há "tempo suficiente" para chegar a um acordo, disse Kudlow.

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