O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou nesta quinta-feira (2) os dados que mostram que a economia criou o número recorde de 4,8 milhões de postos de trabalho em junho e uma consequente queda do desemprego, embora a recuperação enfrente como ameaça o aumento de casos da COVID-19 no país
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou nesta quinta-feira (2) os dados que mostram que a economia criou o número recorde de 4,8 milhões de postos de trabalho em junho e uma consequente queda do desemprego, embora a recuperação enfrente como ameaça o aumento de casos da COVID-19 no país.
A taxa de desemprego teve o segundo mês de queda, caindo para 11,1% em junho e superando as expectativas dos analistas. No entanto, assim como toda a economia, este indicador também depende de que a pandemia esteja sob controle.
Nos Estados Unidos, a COVID-19 já provocou mais de 128.000 mortes.
O confinamento para tentar conter o avanço do vírus fez a taxa de desemprego subir de 3,5%, em fevereiro, para 14,7%, em abril. Em maio, havia caído para 13,3%.
"Esta melhora no mercado de trabalho reflete a contínua recuperação da atividade, que caiu em março e em abril, devido à pandemia da COVID-19 e aos esforços para contê-la", afirmou o Departamento do Trabalho em um comunicado.
Ansioso por uma rápida recuperação da economia em sua busca pela reeleição em novembro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não perdeu tempo e comemorou os números.
"O anúncio de hoje mostra que nossa economia está voltando a rugir", afirmou Trump, destacando que algumas áreas do país ainda estão apagando "as chamas" provocadas pelo coronavírus.
"A crise está sendo administrada", sentenciou Trump.
Wall Street também comemorou os dados e fechou o dia com um aumento no Dow Jones de 0,36% e na Nasdaq de 0,52%.
Em uma conferência virtual, o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, expressou sua preocupação com o avanço do coronavírus, em um momento em que o país registra mais de 50.000 novos casos por dia.
"Não há vitória para comemorar quando continuamos com 15 milhões de empregos perdidos e a pandemia esteja piorando", disse o ex-vice-presidente de Barack Obama.
Outro informe divulgado hoje mostra que o número de demissões foi de 1,43 milhão, de acordo com os dados semanais dos novos pedidos de seguro-desemprego. Nas últimas quatro semanas, as demissões ficaram em torno de 1,5 milhão.
"Estes pedidos (de seguro-desemprego) não são um acréscimo. Indicam até que ponto as empresas e o governo continuam demitindo funcionários", explicou o economista Joel Naroff.
O especialista Gregory Daco, da Oxford Economics, advertiu que os números de junho têm todas as características de um "coquetel de verão", incluindo o risco de uma ressaca.
"Para além da aparência, o mercado de trabalho ainda enfrenta uma perda líquida de 14,7 milhões de empregos, devido à recessão global pelo coronavírus", acrescentou o analista.
As recontratações foram estimuladas por um imenso pacote de resgate aprovado pelo Congresso no final de março.