O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (21) a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos, assinado com a Rússia e outros trinta países, depois de acusar Moscou de violar os termos do acordo
O presidente americano, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (21) a retirada dos Estados Unidos do Tratado de Céus Abertos, assinado com a Rússia e outros trinta países, depois de acusar Moscou de violar os termos do acordo.
"A Rússia não aderiu ao tratado", disse Trump a repórteres. "Até que eles adiram, nos retiramos" do acordo, que permite verificar as movimentações militares e as medidas de controle de armas dos países signatários.
Este é o terceiro acordo de controle de armas do qual Trump decide retirar seu país desde o início de seu governo.
Segundo o jornal The New York Times, Trump planeja informar Moscou na sexta-feira de sua saída do pacto, assinado há 18 anos entre as duas potências e outros 32 países, principalmente membros da Otan.
Embaixadores dos países-membros da Otan foram convocados para uma reunião de urgência nesta sexta-feira após o anúncio de Trump.
"A reunião foi convocada para a tarde de sexta-feira" para analisar as consequências da decisão anunciada pelo presidente Donald Trump, informou um diplomata à AFP. A saída dos Estados Unidos do tratado deverá ser efetivada em seis meses, acrescentou a fonte.
O acordo, firmado para melhorar a transparência e a confiança entre as partes, permite aos signatários realizar um número determinado de voos de reconhecimento por ano e com apenas um breve aviso.
A ideia é de que quanto mais exércitos rivais se tornem conhecidos, menor a chance de conflito entre eles. Mas as partes também usam os voos para examinar as vulnerabilidades de seus oponentes.
Jonathan Hoffman, porta-voz do Pentágono, disse que a Rússia "viola descaradamente suas obrigações" relacionadas ao pacto.
Moscou "executa o tratado de uma maneira que contribui para ameaças militares contra os Estados Unidos e nossos aliados e parceiros", afirmou.
Hoffman citou a recusa da Rússia em permitir voos sobre áreas onde Washington acredita que Moscou esteja desenvolvendo armas nucleares de médio alcance, incluindo a cidade de Kaliningrado, no Mar Báltico, e perto da fronteira Rússia-Geórgia.
No ano passado, Moscou também bloqueou voos para inspecionar exercícios militares russos, normalmente permitidos sob o pacto.
Segundo o The New York Times, Trump também ficou incomodado com um sobrevoo russo a campo de golfe em Bedminster, Nova Jersey, há três anos.
"Nesta era de grande competição pelo poder, buscamos acordos que beneficiem todas as partes e que incluam parceiros que cumpram com responsabilidade suas obrigações", afirmou Hoffman.