INTERNACIONAL

Três manifestantes mortos em Mianmar em dia de greve geral contra o golpe de Estado

Três manifestantes pró-democracia morreram nesta segunda-feira (8) em Mianmar, onde bancos, estabelecimentos comerciais e fábricas permaneceram fechados após a convocação dos sindicatos para reforçar a greve e asfixiar a economia, uma forma de pressionar a Junta militar

AFP
08/03/2021 às 10:11.
Atualizado em 22/03/2022 às 09:31

Três manifestantes pró-democracia morreram nesta segunda-feira (8) em Mianmar, onde bancos, estabelecimentos comerciais e fábricas permaneceram fechados após a convocação dos sindicatos para reforçar a greve e asfixiar a economia, uma forma de pressionar a Junta militar.

Funcionários públicos, agricultores e trabalhadores do setor privado se uniram aos ativistas nas manifestações pró-democracia em todo o país.

Em Myitkyina (centro) foram ouvidas várias explosões e manifestantes manchados de sangue foram retirados da área de disparos, segundo imagens divulgadas nas redes sociais.

"Dois homens morreram e várias pessoas ficaram feridas, incluindo uma mulher que está em condição crítica depois de receber um tiro", afirmou um socorrista, que pediu anonimato.

Uma religiosa católica, vestida com um hábito branco, se ajoelhou na rua e suplicou aos policiais que não atirassem, de acordo com as imagens divulgadas pela imprensa local.

Em Pyapon, a 100 quilômetros de Yangon, capital econômica do país, um homem de 30 anos foi atingido por um tiro e morreu, segundo uma testemunha. Outros dois manifestantes foram feridos por tiros.

As forças de segurança executaram uma operação na sede do jornal Myanmar Now e levaram computadores, servidores de dados e uma impressora, informou à AFP o diretor de redação do veículo de comunicação, Swe Win.

"Somos a primeira redação atacada pelo regime. Trabalhamos com medo, mas a invasão de nosso local de trabalho confirma que a junta não tolerará em absoluto as reportagens sobre seus delitos", completou.

Em Yangon, as fábricas do setor têxtil - que funcionavam a regime pleno antes do golpe de Estado de 1º de fevereiro -, os centros comerciais, os bancos e os correios permaneceram fechados nesta segunda-feira.

Nove associações trabalhistas pediram a "interrupção completa e de forma prolongada da economia" a partir desta segunda-feira para pressionar os militares.

A junta militar advertiu os funcionários públicos que não retornarem ao trabalho que serão demitidos.

As convocações de greve, que começaram imediatamente após o golpe, têm um impacto considerável em muitos setores, com bancos parados, hospitais fechados e escritórios ministeriais vazios.

Minorias étnicas se uniram aos protestos. Perto da cidade de Dawei (sul), centenas de membros da etnia karen exibiram suas bandeiras e pediram o "fim da ditadura".

O cortejo foi escoltado por rebeldes da facção armada União Nacional Karen (KNU), que se mobilizou para proteger os manifestantes contra uma possível repressão das forças de segurança.

Muitas mulheres se uniram aos protestos por ocasião do Dia Internacional da Mulher.

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