Três dos 18 candidatos à presidência do Peru, incluindo Keiko Fujimori, estão sob o escrutínio da promotoria, que está coletando provas e depoimentos para levá-los a julgamento
Três dos 18 candidatos à presidência do Peru, incluindo Keiko Fujimori, estão sob o escrutínio da promotoria, que está coletando provas e depoimentos para levá-los a julgamento.
A primogênita do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), atualmente preso, ficou 16 meses em prisão preventiva, até maio de 2020, por envolvimento no esquema de propinas pagas pela Odebrecht, que afetou também quatro ex-presidentes peruanos.
Keiko está sendo investigada por supostamente ter recebido contribuições ilegais da Odebrecht em suas campanhas presidenciais em 2011 e 2016.
O ex-presidente Ollanta Humala (2011-2016), candidato sem chance de vencer as eleições de domingo, segundo as pesquisas, também está sendo investigado no mesmo caso.
Humala e sua esposa, Nadine Heredia, passaram nove meses em prisão preventiva entre 2017 e 2018 pelo caso Odebrecht, e ambos devem ser julgados em um futuro próximo.
"Estou sendo investigado por um suposto crime. Estamos lutando e nos levantando. Não estamos fugindo, estamos enfrentando tudo", se defendeu Humala recentemente.
O casal é acusado de ter recebido ilegalmente três milhões de dólares pela campanha que levou o militar aposentado ao poder em 2011.
Somente uma condenação em última instância impede um cidadão peruano de se candidatar a uma eleição.
"Uma pessoa processada não é uma pessoa que foi condenada", lembrou o analista político Fernando Tuesta à AFP.
"Não se pode impedir sua candidatura, ele não está impedido. Não há país que impeça uma pessoa processada de se candidatar, porque obviamente pode ser inocente", acrescentou.
O outro candidato da minoria que deve ir a julgamento é Daniel Urresti, um general aposentado sem chance de avançar para o segundo turno presidencial, marcado para 6 de junho.
Urresti foi absolvido em 2018 pelo assassinato do jornalista Hugo Bustíos na região andina de Ayacucho em 1988, durante o conflito armado interno.
Mas, em 2019, a Suprema Corte anulou a decisão, o que obrigará Urresti a ser julgado novamente após as eleições.
Se um desses candidatos for eleito presidente, só poderia ser levado a julgamento após o término de seu mandato de cinco anos.