INTERNACIONAL

Titãs da tecnologia excluem extremistas pró-Trump da Internet

O Twitter anunciou que suspendeu "mais de 70.000 contas" afiliadas ao movimento conspiratório QAnon, envolvido nos recentes ataques violentos em Washington, no que parece ser o início de uma grande exclusão do grupo da internet pelas grandes plataformas digitais

AFP
12/01/2021 às 10:22.
Atualizado em 23/03/2022 às 22:56

O Twitter anunciou que suspendeu "mais de 70.000 contas" afiliadas ao movimento conspiratório QAnon, envolvido nos recentes ataques violentos em Washington, no que parece ser o início de uma grande exclusão do grupo da internet pelas grandes plataformas digitais.

Anteriormente, a Amazon, seguindo o exemplo da Apple e do Google, expulsou o Parler de seus servidores, acusando a rede social, utilizada por seguidores do QAnon e apoiadores do presidente dos Estados Unidos, de divulgar mensagens violentas após o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos.

O Twitter suspendeu "permanentemente" 70 mil contas associadas a esse movimento de extrema direita desde sexta-feira, quando decidiu bloquear definitivamente a conta de Donald Trump, acusado de ter incitado seus partidários a interromper a certificação da vitória de seu adversário democrata Joe Biden pelo Congresso.

"As contas estavam envolvidas no compartilhamento em grande escala de conteúdo prejudicial associado à QAnon e eram principalmente dedicadas à propagação dessa teoria conspiratória por toda a plataforma", disse o Twitter em nota, detalhando que muitos usuários tinham mais de um perfil.

Não é o primeiro ataque das redes a conter os grupos conspiratórios. No início de outubro, na véspera das eleições presidenciais nos Estados Unidos, o Facebook excluiu algumas contas. O Twitter e o YouTube tomaram medidas semelhantes.

Mas as sutilezas parecem ter acabado após a invasão do Capitólio, que chocou o país e manchou sua imagem internacional.

Ainda na segunda-feira, o Facebook indicou que não reverteria a suspensão da conta de Donald Trump e retiraria todas as mensagens com o slogan "Pare o roubo"(STOP THE STEAL), que o presidente republicano ajudou a divulgar nas redes sociais, em referência às suas infundadas acusações de fraude nas eleições presidenciais.

O Parler, já banido das plataformas de download da Apple e Google devido à proliferação de "ameaças de violência" e "atividades ilegais", está condenado ao ostracismo.

A rede conservadora processou a Amazon na segunda-feira, acreditando que sua suspensão é baseada em razões políticas e para reduzir a competição em favor do Twitter.

A decisão da Amazon "equivale a desconectar um paciente do suporte vital. Isso matará a empresa, pois ela estava em ascensão", disse o Parler em seu processo.

Os três gigantes da tecnologia criticam o Parler por sua moderação de conteúdo frouxa. Diante da proliferação de mensagens que promovem a violência, "o Parler não pode ou não vai identificar e retirar rapidamente esses conteúdos", informou a Amazon em nota enviada à AFP.

O Parler cresceu rapidamente depois que o Twitter removeu permanentemente a conta do presidente Donald Trump na sexta-feira. No sábado, o app do Parler foi o mais baixado da Apple nos Estados Unidos.

O cofundador do Parler, John Matze, disse no domingo que levará algum tempo para que a rede funcione novamente.

"Faremos o que for necessário para voltar a ficar online o mais rápido possível, mas todos os fornecedores que contatamos nos dizem que não querem trabalhar conosco se a Apple e o Google não aprovarem" e é difícil encontrar "300 a 500 servidores de computador em 24 horas", reconheceu Matze em entrevista à Fox News.

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