Vila Cristina

Teste de UPA terceirizada para o público tem demora no atendimento

Dois dos médicos que atuaram ontem na UPA são da Prefeitura, formato previsto nesta fase de transição (a OSS começou a atuar há apenas 3 dias).

Da Redação
04/07/2023 às 06:52.
Atualizado em 04/07/2023 às 06:52

Ontem à tarde, algumas pessoas aguardavam o atendimento do lado de fora (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)

Como primeiro dia útil sob nova direção, a UPA Vila Cristina se tornou ontem um campo de muita reclamação. A lotação também era total no período da tarde, tanto na ala adulta como pediátrica. “Isso aqui está um caos”, era a frase mais ouvida. 

Alguns vereadores estiveram no local para se certificar das condições de atendimento da equipe escalada. Por sinal, havia três médicos registrados no painel externo, mas somente um de fato estava na linha de frente atendendo ao público. Pediatra em ação, era apenas um também, segundo informações do público que aguardava.

O repórter fotográfico da Gazeta foi informado que dentre os médicos na ativa, quatro deles ainda eram da prefeitura e não da empresa terceirizada Mahatma Gandhi, que assumiu a direção da unidade no dia 1 de julho. 

Os exemplos do que ocorreu ontem na unidade dizem por si: Camila Cristina Barreto, 31, gestante com problema no nervo ciático, passou a tarde aguardando atendimento. “Ninguém me atende há mais de quatro horas. Tenho gravação e vídeo feitos pelo meu filho de como foi o atendimento dele no sábado. A enfermeira furou o menino quatro vezes e não conseguiu coletar o material que precisava. Precisou de uma segunda profissional para dar certo o serviço. A equipe é despreparada. A diretora da enfermagem não trata as pessoas com respeito. Até os exames que meu filho trouxe precisaram ser descartados porque colheram tudo errado”, contou ela.

Andreia Aparecida da Silva Leitão estava indignada com o atendimento à sua sogra. “Se eu não vou e falo direto com a coordenadora, minha sogra, que tem mal de Alzheimer e é acamada, ia ficar aqui esperando sem qualquer previsão de atendimento. “Isso foi a própria médica que me falou”, disse ela. “Aqui só tem gente despreparada. É uma falta de respeito total com um ser humano nesse estado de saúde”.

Rodrigo dos Santos estava há quatro horas para pegar uma receita. Não tenho a menor ideia de quando vou poder ir embora para casa”, enfatizou. 

A UPA Vila Cristina é a principal unidade para toda zona oeste e sul da cidade, onde se concentram as buscas por socorros emergenciais na cidade. Na região norte, por sua vez, é a UPA Vila Sônia.
Desde sábado, as UPAS da Vila Cristina e Vila Sônia estão sendo administradas por meio da Organização Social de Saúde (OSS) Associação Mahatma Gandhi. A expectativa da Prefeitura, anunciada na sexta-feira, era de um novo e inédito formato de atendimento em saúde no setor de urgência e emergência, com equipe completa de médicos e de funcionários nas unidades.

Alta demanda
A Prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, informou ontem que o atendimento na UPA Vila Cristina foi feito com 9 médicos, entre clínica, pediátrica e emergência. Dois médicos a mais que antes da chegada da OSS. 

Ontem foi registrada alta demanda tanto na clínica quanto na pediatria, fato comum às segundas-feiras. O pico foi no horário do almoço e troca de plantão, por volta das 13h, quando havia, para atendimento, 157 pacientes na unidade, com tempo de atendimento de 3h30. Após esse horário de pico, o atendimento se normalizou. 

Dois dos médicos que atuaram ontem na UPA são da Prefeitura, formato previsto nesta fase de transição (a OSS começou a atuar há apenas 3 dias).

A chegada da OSS para gerir as UPAs Vila Cristina e Vila Sônia implantou outras melhorias, como o sistema de atendimento digital, por meio de senha, como é feito na rede particular, com o qual os pacientes ainda estão se familiarizando, mas, que ao final, dará agilidade ao processo, segundo a prefeitura.

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