INTERNACIONAL

Tensão entre EUA e China aumenta à medida que o mundo busca cura para COVID-19

A disputa entre os Estados Unidos e a China sobre a gestão da crise do coronavírus pela OMS aumenta, enquanto o mundo espera estratégias conjuntas e acelera a busca de uma cura para a COVID-19, que já matou mais de 318

AFP
19/05/2020 às 10:48.
Atualizado em 29/03/2022 às 23:17

A disputa entre os Estados Unidos e a China sobre a gestão da crise do coronavírus pela OMS aumenta, enquanto o mundo espera estratégias conjuntas e acelera a busca de uma cura para a COVID-19, que já matou mais de 318.000 pessoas.

Acusando a Organização Mundial da Saúde (OMS) de ser um "fantoche da China", o presidente americano, Donald Trump, ameaçou congelar indefinidamente o financiamento para essa agência da ONU e até retirar seu país, se não houver "melhorias substanciais" em 30 dias.

Em resposta, o governo chinês acusou Trump, nesta terça-feira, de usar a China para "fugir de suas obrigações" com a OMS.

"É um erro de cálculo, e os Estados Unidos escolheram o alvo errado", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian.

Já a União Europeia (UE) expressou nesta terça seu apoio à OMS. "É hora da solidariedade, não de apontar o dedo, ou prejudicar a cooperação multilateral", disse a porta-voz da diplomacia europeia, Virginie Battu.

A polêmica eclodiu em plena assembleia geral da OMS, na qual os 194 países-membros concordaram, nesta terça, quanto à necessidade de uma investigação independente sobre a resposta da Organização à pandemia.

Aprovado por consenso, este texto prevê o lançamento "o mais rápido possível de um processo de avaliação imparcial, independente e abrangente" da ação internacional coordenada pela OMS diante da pandemia, incluindo as decisões da organização durante o desenvolvimento da crise.

Trump considera que a OMS ignorou informes sobre o aparecimento do vírus e censura a organização por ser muito indulgente com as autoridades chinesas a respeito da gestão da pandemia. Nos Estados Unidos, já são mais de 90.000 mortos e 1,5 milhão de infectados.

Apesar da tensão entre a OMS e Washington, surgiram sinais de otimismo com os resultados encorajadores no desenvolvimento de uma cura, ou de uma vacina, em cuja produção mais de 100 laboratórios no mundo estão envolvidos.

Na China, um medicamento em fase de testes na prestigiada Universidade de Pequim ("Beida") permitiria não apenas acelerar a cura dos doentes, mas também imunizar temporariamente para a COVID-19, segundo o pesquisador Sunney Xie em entrevista à AFP.

E, nos Estados Unidos, a empresa de biotecnologia Moderna, uma das mais avançadas na corrida pela vacina, anunciou resultados preliminares encorajadores em testes em oito voluntários, antes de realizar testes em larga escala em julho.

Para o presidente chinês, Xi Jinping, uma possível vacina chinesa seria um "bem público global". E o presidente francês, Emmanuel Macron, também considerou que "todos deveriam ter acesso" a ela.

Mas enquanto esse momento não chega, Trump surpreendeu o mundo ao anunciar que está tomando hidroxicloroquina - alvo da controvérsia entre cientistas - "há uma semana e meia", com a aprovação do médico da Casa Branca, apesar de apresentar "nenhum sintoma" da doença.

Na América Latina e no Caribe, a COVID-19 já deixou 30.600 mortes (de 548.000 infectados). Mais da metade foi no Brasil, país com mais de 16.000 vítimas fatais, embora os especialistas considerem que as estatísticas ocultam uma realidade muito mais trágica.

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