INTERNACIONAL

Tensão aumenta sobre Belarus após sanções do Reino Unido e Canadá

A tensão sobre a crise em Belarus aumentou nesta terça-feira (29), depois que Reino Unido e Canadá decidiram impor sanções contra o governo de Alexander Lukashenko, enquanto o presidente russo Vladimir Putin denuncia "pressões externas sem precedentes"

AFP
29/09/2020 às 15:15.
Atualizado em 24/03/2022 às 11:26

A tensão sobre a crise em Belarus aumentou nesta terça-feira (29), depois que Reino Unido e Canadá decidiram impor sanções contra o governo de Alexander Lukashenko, enquanto o presidente russo Vladimir Putin denuncia "pressões externas sem precedentes".

Reino Unido e Canadá anunciaram sanções para quarta-feira contra oito autoridades bielorrussas, incluindo o presidente Alexander Lukashenko, devido à repressão do movimento de protesto contra o líder bielorrusso na ex-república soviética.

"Responsabilizaremos os autores da brutalidade contra o povo bielorrusso e defenderemos nossos valores de democracia e direitos humanos", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, assegurando que Londres e Ottawa não aceitam "os resultados da eleição fraudulenta" de Lukashenko.

Em viagem à Lituânia, o presidente francês Emmanuel Macron, que se reuniu nesta terça com a líder opositora bielorrussa Svetlana Tikhanovskaya, lembrou que a União Europeia (UE) também está preparando medidas punitivas.

"A Europa está em posição de pressionar através de sanções, que tomaremos nos próximos dias e nas próximas semanas", declarou o presidente francês em um debate com estudantes na Universidade de Vilna.

Pouco antes, o chefe de Estado francês explicou que daria seu apoio a "toda a sociedade civil" contra o presidente Lukashenko, que não é reconhecido pela UE, Canadá, Estados Unidos, mas conta com o apoio da Rússia.

Macron pediu uma mediação internacional para organizar novas eleições, monitoradas pela comunidade internacional, após as eleições de agosto, consideradas fraudulentas pela oposição.

"Faremos todo o possível como europeus para ajudar na mediação", disse Macron aos jornalistas após a reunião, referindo-se a uma proposta da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

"O objetivo é uma transição pacífica, a libertação das pessoas que estão na prisão por suas opiniões políticas e a realização de eleições em um contexto livre, sob supervisão internacional", acrescentou.

Belarus está em crise desde as eleições presidenciais de 9 de agosto, nas quais Tikhanóvskaya reivindica a vitória contra o presidente Alexander Lukashenko, no poder desde 1994.

A opositora se refugiou na Lituânia um dia após o resultado, quando manifestações em massas nas ruas da ex-república soviética foram reprimidas e milhares de pessoas detidas.

A União Europeia se recusa a reconhecer o resultado das eleições. Macron, por sua vez, afirmou no domingo que Lukashenko "tem que sair" do poder.

A reunião desta terça-feira com Macron foi o apoio diplomático mais importante para Tikhanovskaya desde a eleição.

A opositora já havia se reunido com os ministros das Relações Exteriores da UE e líderes da Polônia e Lituânia, dois Estados vizinhos de Belarus.

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