Teerã prometeu nesta segunda-feira (13) proteger a população do impacto econômico da epidemia de COVID-19, enquanto o número oficial de mortos ultrapassou 4.500 no Irã, o país mais atingido pelo vírus no Oriente Médio.
Em sua entrevista coletiva diária, o porta-voz do Ministério da Saúde, Kianouche Jahanpour, afirmou que há 1.617 novos casos de contágio, o que eleva o número de casos confirmados para 73.303. Destes, 45.983 se recuperaram.
"A tendência decrescente e regular, comprovada nos últimos dias para os novos casos de contaminação, se manteve nas últimas 24 horas", relatou Jahanpour.
"As pessoas têm que continuar evitando, porém, qualquer deslocamento inútil" para frear a propagação do vírus no país, frisou.
O Irã anunciou as primeiras mortes por coronavírus em 19 de fevereiro, na cidade santa xiita de Qom.
No exterior, especula-se que os números oficiais sejam inferiores à realidade.
Desde o anúncio das primeiras mortes relacionadas ao coronavírus, o governo não decretou oficialmente o confinamento da população, mas estabeleceu gradualmente restrições, como o fechamento das escolas, universidades, mesquitas, locais de culto, cinemas, centros culturais, estádios e outros locais de encontro.
O governo ressaltou a importância de encontrar um equilíbrio entre as medidas para coibir a disseminação do vírus e aquelas tomadas para recolocar a economia nos trilhos.
O objetivo é "proteger a saúde e a vida da população do coronavírus e de suas consequências econômicas e sociais", disse o porta-voz do governo, Ali Rabii, durante entrevista coletiva televisionada.
Segundo ele, "o distanciamento (social) inteligente visa ao mesmo objetivo: estabelecendo um equilíbrio, podemos garantir a saúde da sociedade, preservando a vida social e econômica do país".
"Sempre será dada prioridade às políticas de saúde", acrescentou.
O presidente iraniano, Hassan Rohani, anunciou em 5 de abril a reabertura de empresas de "baixo risco" para a propagação do vírus, de modo a proteger uma economia já duramente atingida pelas sanções impostas pelos EUA.
Esta decisão entrou em vigor no sábado nas províncias e deve ser implementada a partir de 18 de abril na capital.
Em Teerã, onde há cartazes em homenagem aos médicos e enfermeiros na linha de frente da luta contra a epidemia, um claro aumento no tráfego de carros foi observado nos últimos dias, apesar das restrições ainda em vigor.
O presidente iraniano alertou contra a negligência das medidas de contenção.
"A implementação de protocolos de saúde deve continuar com força", disse o presidente Rohani.