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Talibãs propõem negociações com condições, enquanto violência aumenta no Afeganistão

O Talibã afirmou nesta quinta-feira (23) que está pronto para negociar a paz com o governo afegão após o feriado muçulmano do Eid al-Fitr no próximo mês, se a troca de prisioneiros for concluída

AFP
23/07/2020 às 16:16.
Atualizado em 25/03/2022 às 18:43

O Talibã afirmou nesta quinta-feira (23) que está pronto para negociar a paz com o governo afegão após o feriado muçulmano do Eid al-Fitr no próximo mês, se a troca de prisioneiros for concluída.

Trata-se da primeira proposta de um calendário desde que o início das negociações, previsto para o último 10 de março, foi postergado.

O anúncio acontece em meio a um aumento da violência que ameaça o processo, apoiado pelos Estados Unidos, para unir Cabul e o Talibã em uma mesa de negociações e finalizar os quase 19 anos de conflito no Afeganistão.

Os rebeldes estão "prontos para iniciar negociações", uma vez que todos os seus prisioneiros foram libertados "de acordo com a lista já entregue" às autoridades, ao mesmo tempo em que liberam membros das forças de segurança em suas mãos, explicou no Twitter seu porta-voz, Suhail Shaheen.

Ressaltou que o Talibã estava preparado para liberar os membros das forças de segurança que os mantêm presos, caso Cabul libere todos os prisioneiros insurgentes "segundo a lista entregue às autoridades".

Os Estados Unidos e o Talibã assinaram um acordo histórico em Doha no final de fevereiro, abrindo caminho para uma retirada total das tropas americanas após 18 anos de guerra e também para negociações de paz.

Essas negociações deveriam começar em 10 de março, mas foram adiadas várias vezes devido aos contínuos combates e ao atraso na troca de prisioneiros.

Na semana passada, o chefe da diplomacia afegã, Mohamad Hanif Atmar, disse que a proposta do Catar de sediar a primeira rodada de negociações foi "consensual".

O presidente Ashraf Ghani prometeu libertar 5.000 prisioneiros talibãs em troca de mil membros das forças de segurança afegãs detidas por insurgentes, conforme determina o Acordo de Doha.

"Os talibãs devem cumprir com seus compromissos de evitar que os prisioneiros liberados voltem à violência", escreveu no Twitter o porta-voz do Conselho Nacional de Segurança do Afeganistão, Javid Faisal.

Até agora, as autoridades afegãs afirmaram ter libertado cerca de 4.400 talibãs e os insurgentes, 864 detidos das forças afegãs.

Em meio a esse avanço, os níveis de violência dispararam no Afeganistão, com os talibãs realizando ataques quase diários às forças de segurança.

No entanto, foi a aviação afegã que realizou um ataque na quarta-feira contra um grupo de pessoas reunidas para comemorar a recente libertação de um comandante dos talibãs na província de Herat, no oeste.

Oito civis foram mortos e 16 feridos, anunciou nesta quinta-feira Ali Ahmad Faqir Yar, governador do distrito onde ocorreu o ataque.

Em seu site, os Talibãs afirmam que o insurgente foi libertado da prisão de Bagram, nos arredores de Cabul, na última terça-feira.

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