Taiwan pediu nesta quinta-feira (4) a Pequim para que enfrente seu passado e reconheça a repressão de Tiananmen (Praça da Paz Celestial) há 31 anos, enquanto a ilha recorda a violenta repressão do movimento estudantil em 1989
Taiwan pediu nesta quinta-feira (4) a Pequim para que enfrente seu passado e reconheça a repressão de Tiananmen (Praça da Paz Celestial) há 31 anos, enquanto a ilha recorda a violenta repressão do movimento estudantil em 1989.
A intervenção do exército chinês na madrugada de 4 de junho de 1989 deixou entre centenas e mais de mil mortos, de acordo com analistas. Acabou com sete semanas de protestos de estudantes e trabalhadores que denunciavam a corrupção e pediam democracia no país.
Na China o tema é um tabu e a censura silencia qualquer menção ao fato.
"Em todo o mundo, cada ano tem 365 dias. Mas na China, um destes dias é esquecido de forma deliberada a cada ano", escreveu no Twitter a presidente taiwanesa Tsai Ing-wen.
Ela afirmou que o regime comunista deveria encarar o fato, como Taiwan se obrigou a reconhecer seu passado autoritário, antes da transição para a democracia nos anos 1990.
"Houve uma época em que faltavam dias em nosso calendário, mas trabalhamos para trazê-los à luz. Espero que um dia a China também consiga dizer que fez isto", continuou.
Na quarta-feira, o Conselho de Assuntos da China Continental, um organismo de Taiwan, pediu a Pequim que apresente desculpas sinceras pela repressão de Tiananmen.
Um pedido considerado "sem sentido absoluto" pelo porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Zhao Lijian.
Reeleita em janeiro, Tsai é odiada pelo regime da China continental, pois considera que Taiwan é um Estado soberano de fato e rejeita a visão de Pequim de uma "China única".
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