O Reino Unido autorizou nesta quarta-feira (30) o uso da vacina desenvolvida pelo grupo britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford, com a qual espera acelerar consideravelmente a campanha de vacinação contra o coronavírus, cujo aumento levou ao reconfinamento de 78% da população da Inglaterra e o fechamento de algumas escolas
O Reino Unido autorizou nesta quarta-feira (30) o uso da vacina desenvolvida pelo grupo britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford, com a qual espera acelerar consideravelmente a campanha de vacinação contra o coronavírus, cujo aumento levou ao reconfinamento de 78% da população da Inglaterra e o fechamento de algumas escolas.
"Só ontem foram registrados 53.135 novos casos, a maioria deles estimamos que são da nova variante", muito mais contagiosa e descoberta no país há dez dias, afirmou o ministro da Saúde, Matt Hancock. Os serviços de saúde estão sob "uma pressão muito grande", destacou, com "mais de 21.000 pessoas hospitalizadas" superando os piores níveis registrados na primeira onda em abril.
Um dos países mais castigados da Europa, o Reino Unido registra 72.548 mortes pela covid-19, sendo 981 delas contadas nas últimas 24 horas, embora com atraso acumulado por vários feriados.
Por suspeitar que disparada de novos casos se deve à nova cepa descoberta há 10 dias, que seria entre 40% e 70% mais contagiosa que as anteriores de acordo com os cientistas do país, o governo do primeiro-ministro Boris Johnson decidiu reforçar as restrições.
Muitas outras áreas do centro, sul e norte da Inglaterra passarão nesta quinta para o nível de alerta 4, em que só permanecem abertos os comércios essenciais e a população deve ficar em casa, anunciou Hancock no Parlamento.
Esta medida, que já afetava Londres havia duas semanas, vai impactar 44 dos 56 milhões de habitantes da Inglaterra. A Escócia continental, o País de Gales e a Irlanda do Norte também ficarão confinados.
Além disso, os estudantes do ensino médio inglês não voltarão às aulas em 4 de janeiro: os que tiverem exames retornarão uma semana depois e, os outros, duas, anunciou o ministro da Educação, Gavin Williamson.
Neste contexto, a autorização da Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde (MHRA) à vacina desenvolvida pelo laboratório britânico AstraZeneca com os cientistas da Universidade de Oxford chega como um balão de oxigênio.
A luz verde "acontece após rigorosos testes clínicos e uma análise profunda dos dados apresentados pelos especialistas", afirmou o Ministério da Saúde.
Os cientistas que assessoram o Executivo explicaram depois em coletiva de imprensa que a vacina oferece proteção a partir de 22 dias após a primeira injeção e por ao menos três meses.
Por isso, e para atingir uma população mais ampla possível, as autoridades britânicas decidiram espaçar consideravelmente, em até 12 semanas em vez das 3 inicialmente previstas, a administração das duas doses necessárias.
"Cientistas e reguladores analisaram os dados e concluíram que obteremos uma "proteção muito eficaz" com a primeira dose", disse Hancock ao canal Sky News.