INTERNACIONAL

Sonda Osiris-Rex, da Nasa, se prepara para 'beijar' asteroide em missão histórica

Depois de uma viagem de quatro anos, a nave robótica Osiris-Rex, da Nasa, descerá na superfície rochosa do asteroide Bennu por alguns segundos na terça-feira (20) para coletar amostras, em uma operação de precisão a 330 milhões de quilômetros da Terra

AFP
20/10/2020 às 17:27.
Atualizado em 24/03/2022 às 10:11

Depois de uma viagem de quatro anos, a nave robótica Osiris-Rex, da Nasa, descerá na superfície rochosa do asteroide Bennu por alguns segundos na terça-feira (20) para coletar amostras, em uma operação de precisão a 330 milhões de quilômetros da Terra.

No ano passado, o Japão conseguiu, com sua sonda Hayabusa2, coletar um pouco de poeira de outro asteroide, Ryugu, e agora está voltando para casa.

Com a Osiris-Rex, a Nasa espera coletar uma amostra muito maior, pelo menos 60 gramas, que a agência espera poder revelar os componentes originais do sistema solar.

A nave espacial, do tamanho de um grande caminhão, está atualmente um quilômetro acima de Bennu, que tem 490 metros de diâmetro.

Engenheiros da Nasa e da Lockheed Martin enviaram a ele seus comandos finais na terça-feira para realizar a operação de amostragem, que será totalmente automatizada.

"Não podemos controlar a nave espacial em tempo real", disse Kenneth Getzandanner, gerente de dinâmica de voo da missão. Nessa distância, os sinais levam cerca de 18,5 minutos para viajar.

O primeiro sinal de confirmação da operação chegará à Terra às 22h12 GMT (19h12 de Brasília) desta terça-feira. Embora as primeiras imagens apareçam na quarta-feira, será preciso aguardar até sábado para saber se a Osiris-Rex conseguiu coletar a quantidade de poeira desejada.

"Não é fácil navegar em torno de um corpo pequeno", explicou Heather Enos, a principal pesquisadora-adjunta do projeto, que passou 12 anos na missão preparando-se para este momento.

Tudo se resumirá a 16 segundos críticos de contato, durante os quais um braço se estenderá e coletará amostras medindo dois centímetros de diâmetro ou menos.

"Na verdade, não podemos pousar na superfície de Bennu, então vamos apenas beijar a superfície", acrescentou Beth Buck, da Lockheed Martin.

O interesse em analisar a composição dos asteroides do sistema solar se baseia no fato de eles serem feitos dos mesmos materiais que formaram os planetas.

É "quase uma pedra de Roseta, algo que está lá fora e conta a história de toda a nossa Terra, do sistema solar nos últimos bilhões de anos", comparou o cientista-chefe da Nasa, Thomas Zurbuchen.

As amostras retornarão à Terra em 24 de setembro de 2023, com um desembarque planejado no deserto de Utah. Com esse material, os laboratórios poderão realizar análises muito mais poderosas de suas características físicas e químicas, disse a diretora da divisão de ciências planetárias da Nasa, Lori Glaze.

Nem todas as amostras serão analisadas imediatamente. Como aqueles trazidos da Lua pelos astronautas da Apollo, que a Nasa ainda está estudando 50 anos depois.

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