INTERNACIONAL

Solitária e gelada, Buenos Aires volta ao confinamento rigoroso

Solitária, em um dia gelado de inverno, Buenos Aires voltou nesta quarta-feira (1) à fase mais restritiva do confinamento iniciado em 20 de março, com a intenção de conter os contágios por COVID-19

AFP
01/07/2020 às 19:04.
Atualizado em 26/03/2022 às 21:42

Solitária, em um dia gelado de inverno, Buenos Aires voltou nesta quarta-feira (1) à fase mais restritiva do confinamento iniciado em 20 de março, com a intenção de conter os contágios por COVID-19.

Mas muitos se preocupam que a economia argentina, em recessão desde 2018, seja dizimada.

"Não nos contagiamos com o coronavírus, mas com mais de cem dias de pandemia, vamos ficar loucos", afirmou Mirta Blakoviz, estilista de 56 anos, que ficou "quase em trabalho".

Ônibus que circulavam com apenas meia dúzia de passageiros e um forte colapso nos acessos viários da cidade por causa de blitzes marcaram o dia. As autoridades esperam reduzir à metade o trânsito de pessoas nesta etapa que se estenderá até pelo menos 17 de julho.

O uso de máscaras é obrigatório e as autoridades prometeram aumentar a testagem e o isolamento de pessoas infectadas.

Até agora foram renovadas pouco mais de dois milhões de permissões de circulação para trabalhadores de atividades essenciais na região metropolitana de Buenos Aires, onde vivem 14 milhões de pessoas e onde se concentram mais de 90% dos novos casos de COVID-19 na Argentina.

O prefeito da capital, Horacio Rodríguez Larreta (oposição), continuará permitindo os passeios de crianças aos fins de semana na cidade, mas proibiu as atividades físicas ao ar livre.

Adrián Planes, contador de 40 anos, lamenta. "O que me interessa no esporte é liberar endorfina e poder sentir esse cansaço físico que motiva a gente depois para fazer outras coisas, muda o humor", comentou.

Desde os primeiros dias de março, a Argentina registrou 64.517 contágios e 1.310 pessoas faleceram, cifras que mostram uma evolução contida da epidemia. Mas as autoridades temem uma aceleração da curva durante o inverno.

A ocupação de leitos de terapia intensiva está em 50,5% no país e em 55,5% na região metropolitana de Buenos Aires, mas na semana passada o aumento na capital e sua periferia foi de 30%, segundo o Ministério da Saúde.

Claudia Torres se sente afortunada porque seu pequeno negócio que vende embutidos, pão, azeite, farinha, massa e vinho permanece aberto. Mas nesta quarta-feira, os clientes eram poucos.

"Já tive que mudar. Antes me dedicava sobretudo a vender almoços prontos aos garotos dos colégios vizinhos. Com as aulas suspensas, eu os perdi e hoje que as pessoas quase não saem às ruas, volto a sentir o golpe", disse à AFP.

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