POLÍTICA

Senadores aprovam convocação de Weintraub por falas em reunião

O Senado aprovou hoje (25) requerimento de convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub. O motivo da convocação são suas falas durante a reunião ministerial do dia 22 de abril, que foram tornadas públicas após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello

Agência Brasil
25/05/2020 às 21:04.
Atualizado em 27/03/2022 às 22:43

O Senado aprovou hoje (25) requerimento de convocação do ministro da Educação, Abraham Weintraub. O motivo da convocação são suas falas durante a reunião ministerial do dia 22 de abril, que foram tornadas públicas após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello. A data da audiência ainda será definida.

"Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF", diz Weintraub em trecho da reunião divulgado pelo STF. Ao quebrar o sigilo do vídeo, Celso de Mello disse que há aparente ?prática criminosa? na conduta de Weintraub, ?num discurso contumelioso (insultante) e aparentemente ofensivo ao patrimônio moral? em relação aos ministros da Corte. Ainda na reunião, Weintraub também afirmou que ?odeia? os termos "povos indígenas" e "povos ciganos". ?Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré. É povo brasileiro, só tem um?, disse, na ocasião. Pelo Twitter, o ministro afirmou que sua fala foi ?deturpada?.

?Tentam deturpar minha fala para desestabilizar a nação. Não ataquei leis, instituições ou a honra de seus ocupantes?, escreveu Weintraub ontem (24) na rede social.

A autora do requerimento, senadora Rose de Freitas (Podemos-ES), disse que é preciso cobrar postura do ministro. ?Quero ouvi-lo. Quero perguntar quem são os vagabundos que deveriam ser presos e por que ele acha que tem vagabundos no STF. Palavras não podem ser em vão.?

O requerimento foi aprovado em votação simbólica, por unanimidade. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), não se opôs à convocação. ?As frases ditas pelo ministro cruzam uma linha, uma linha do respeito às instituições, aos Poderes da República. Mesmo numa reunião privada não se pode utilizar das expressões e da forma agressiva como foi utilizada. Eu avisei ao presidente que haveria uma forte reação do Senado Federal e do Congresso Nacional.?

O líder do governo pediu, no entanto, que nenhum outro ministro seja convocado pelos senadores. Ele frisou que a reunião foi feita em um âmbito reservado, em que o presidente da República, Jair Bolsonaro, pediu mais engajamento aos ministros na defesa do governo. A reunião foi citada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, como prova da suposta interferência do presidente na Polícia Federal.

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