A juíza Amy Coney Barrett, de 48 anos, escolha do presidente Donald Trump para preencher uma vaga crucial na Suprema Corte, enfrentou o Senado nesta segunda-feira (12), no início das audiências de confirmação para sua nomeação vitalícia - que os democratas parecem impotentes para conseguir impedir
A juíza Amy Coney Barrett, de 48 anos, escolha do presidente Donald Trump para preencher uma vaga crucial na Suprema Corte, enfrentou o Senado nesta segunda-feira (12), no início das audiências de confirmação para sua nomeação vitalícia - que os democratas parecem impotentes para conseguir impedir.
Multidões de manifestantes se reuniram em frente ao prédio do Senado com cartazes a favor e contra a nomeação da conservadora professora de direito, o que resultou na prisão de cerca de 20 pessoas.
Amy Barrett chegou para as audiências desta segunda-feira acompanhada do marido e de seis de seus sete filhos, todos usando máscaras, mantendo seu equipamento de proteção durante os comentários de abertura de uma hora dos palestrantes do Senado. O interrogatório começa apenas na terça-feira.
Ela foi escolhida no último mês pelo presidente republicano para substituir a vaga de Ruth Bader Ginsburg, famosa defensora dos direitos das mulheres que faleceu de câncer em 18 de setembro.
"Esta vai ser uma semana longa e incerta", reconheceu o presidente do Comitê Judiciário do Senado, Lindsey Graham. "O ponto principal aqui é que o Senado está cumprindo seu dever", ressaltou.
A 22 dias das eleições presidenciais, a indicada de Trump se apresentou diante do Senado.
O Senado, controlado por republicanos, tem a tarefa constitucional de aprovar as nomeações para a mais alta corte do país, onde os conservadores agora ocupam cinco das nove cadeiras. A confirmação de Barrett no cargo poderá firmar por décadas a inclinação para a direita nesta Casa.
Enquanto os republicanos elogiavam Barrett como uma candidata ideal e competente, um democrata resumiu a hostilidade do seu partido à sua indicação, chamando-a de "míssil judicial" disparado contra a lei de saúde que protege milhões de americanos.
Depois de ouvir cada senador, a juíza tirou a máscara e jurou dizer "toda a verdade". Sentados atrás dela, seus filhos escutaram quando ela prometeu "aplicar a Constituição e as leis conforme estão escritas".
Os democratas e seu candidato à presidência, Joe Biden, exigem que a confirmação ocorra apenas depois da eleição, embora Trump queira levar este procedimento à frente o mais rápido possível.
Apesar de sua oposição, os democratas estão, porém, em grande parte, impotentes para conseguir impedir a confirmação de Barrett. Os republicanos ocupam 53 das 100 cadeiras do Senado.
Barrett, uma católica praticante, é bem vista pelos cristãos conservadores, que compartilham de muitos dos seus valores, incluindo a oposição ao aborto e ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Em um país onde apenas um quarto da população se declara ateia, os democratas tem que tomar cuidado ao avançar em um campo minado.
Certa vez, Barrett disse a um grupo de estudantes que "sua carreira jurídica é apenas um meio para um fim e (...) esse fim é construir o reino de Deus".
Nos últimos dias, a filiação de Barrett a um pequeno grupo de católicos chamado "People of Praise", no qual ela teria o título de "serva", chamou atenção especial.
Conhecida por seus argumentos jurídicos refinados, a juíza insiste em que é capaz de manter sua fé separada de seu julgamento legal.