POLÍTICA

Sem Mandetta e Caiado, Bolsonaro vai a apoiadores

Ao visitar a construção de um hospital de campanha para atender pacientes com covid-19 na cidade goiana de Águas Lindas, ontem, o presidente Jair Bolsonaro voltou a desrespeitar recomendações sanitárias indo ao encontro de apoiadores e causando aglomeração

Estadão Conteúdo
12/04/2020 às 08:07.
Atualizado em 31/03/2022 às 04:18

Ao visitar a construção de um hospital de campanha para atender pacientes com covid-19 na cidade goiana de Águas Lindas, ontem, o presidente Jair Bolsonaro voltou a desrespeitar recomendações sanitárias indo ao encontro de apoiadores e causando aglomeração.

Inicialmente, Bolsonaro usou máscara, mas depois tirou a proteção e seguiu cumprimentando populares. Ele chegou a receber um beijo na mão e autografou a camiseta da seleção brasileira de uma apoiadora.

A ação do presidente teve um tom especial de provocação ao ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e ao governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), defensores das medidas de distanciamento social. Presentes na visita à obra, eles não acompanharam Bolsonaro na aproximação com os apoiadores, ao contrário dos ministros Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, e Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura.

Ao ser indagado por que não acompanhou Bolsonaro, Mandetta disse que segue as orientações de distanciamento social. "Eu procuro seguir uma lógica de não aglomeração", afirmou. "As pessoas que fazem uma atitude dessa hoje, daqui a pouco serão as mesmas que estarão lamentando."

Questionado se a recomendação de distanciamento vale para Bolsonaro também, o ministro se limitou a responder: "Vale para todos os brasileiros". Caiado, que é médico, também foi questionado se o presidente não estava dando um mau exemplo à população e reforçou que defende o isolamento social.

Foi após Bolsonaro incentivar, em pronunciamento no mês passado, que as pessoas voltassem "à normalidade" que Caiado anunciou o rompimento com o presidente. Isolado politicamente na crise do coronavírus, Bolsonaro busca uma reaproximação. Aos jornalistas, o governador, no entanto, reafirmou que mantém as divergências sobre a política de combate ao coronavírus.

"A discordância em relação às propostas de como se trata o coronavírus é uma decisão pessoal. Eu sigo a parte da ciência e as regras do Ministério da Saúde. A minha posição é contra a liberação (do isolamento)", disse o governador.

Quando o helicóptero de Bolsonaro decolou, Mandetta se aproximou de Caiado batendo palmas. Os dois seguiram juntos para Goiânia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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