INTERNACIONAL

Seis mortos em ataques americanos de represália no Iraque

Os ataques de retaliação lançados pelos Estados Unidos no Iraque mataram cinco soldados iraquianos e um civil, aumentando as tensões em um país onde os ataques aos interesses americanos estão aumentando

AFP
13/03/2020 às 10:17.
Atualizado em 05/04/2022 às 01:22

Os ataques de retaliação lançados pelos Estados Unidos no Iraque mataram cinco soldados iraquianos e um civil, aumentando as tensões em um país onde os ataques aos interesses americanos estão aumentando.

O Ministério das Relações Exteriores do Iraque denunciou uma "agressão americana" e convocou os embaixadores dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.

Por volta de uma da manhã, a província da Babilônia, ao sul de Bagdá, tremeu. Aviões americanos lançaram suas bombas sobre o que Washington chamou de cinco unidades de armazenamento de armas das Brigadas do Hezbollah, uma das facções pró-Irã mais radicais do Iraque.

O objetivo, segundo o Departamento americano da Defesa, é "reduzir sua capacidade de lançar futuros ataques contra as forças da coalizão antijihadista internacional".

Na quarta-feira à noite, 18 foguetes caíram em uma base perto de Bagdá, matando dois soldados americanos e um soldado britânico. Como nos outros 21 ataques aos interesses americanos no Iraque nos últimos cinco meses, ninguém assumiu a responsabilidade pelos disparos.

Para Washington, porém, os culpados são as Brigadas do Hezbollah. Na quinta-feira, a facção saudou o ataque mortal à base de Taji, dizendo que seus autores haviam escolhido "o momento certo" para atacar.

Pouco mais de 24 horas depois, a resposta: aviões americanos bombardearam várias províncias do sul do Iraque.

Três soldados e dois policiais foram mortos na província da Babilônia, além de um civil que trabalhava no local do aeroporto em construção de Kerbala, de acordo com um comunicado de imprensa do Exército iraquiano, que denuncia "uma escalada que ameaça a segurança".

Onze militares, incluindo alguns homens das unidades pró-Irã da Hashd al-Shaabi, ficaram feridos, além de um civil.

O comunicado de imprensa do Exército especifica que este é apenas um primeiro balanço. Os corpos ainda estão sob os escombros, e há feridos em estado crítico.

Os combatentes da Hashd integram as forças regulares e geralmente estão presentes nas bases da polícia e do Exército.

Os ataques americanos contra a Hashd também costumam provocar baixas entre as forças que a coalizão internacional treina e acompanha na luta contra os jihadistas.

Os disparos de foguetes e ataques americanos provocam o temor de novos picos de violência no Iraque, onde as tensões entre Teerã e Washington, dois grandes aliados de Bagdá, degeneraram nos últimos meses.

As forças iraquianas continuam a conduzir operações com as tropas da coalizão contra os jihadistas, mas o Parlamento votou recentemente pela expulsão dos 5.200 soldados americanos no país. Agora, o governo deve implementar essa decisão.

E mesmo que a coalizão tenha anunciado que suspenderia suas atividades no Iraque por causa das tensões, no domingo perdeu dois homens - americanos - em combates contra os jihadistas.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por