Secretários Queiroz e Chaim deixam os cargos

Sexta-feira (15) deve ter sido um dia tenso nos bastidores da política local. Tanto o secretário da Ação Cultural, Adolpho Queiroz, como Sérgio Maluf Chaim, presidente do Instituto de Pesquisas e Planejamento de Piracicaba (Ipplap) e da Empresa Municipal de Desenvolvimento Habitacional (Emdhap), segundo informação oficial do Executivo, pediram exoneração de seus respectivos cargos por questões pessoais.

Nas redes sociais as informações eram diferentes. Pelo menos a saída de Adolpho teria se dado por conflitos internos, partidários. Ele é filiado ao mesmo partido de Laércio Trevisan (PL), que afiançou seu nome para assumir a pasta.

Outra informação mais complexa é que aconteceu um rompimento entre o prefeito Luciano Almeida e Trevisan, justificado pela condenação do vereador em segunda instância, por porte de arma. A desavença pode ter ocorrido na quinta-feira. 

Servidores do Centro Cívico relataram que Trevisan saiu do 11º andar aos berros: "Seu traidor", se referindo ao prefeito. Sendo assim, a demissão do Adolpho estaria ligada ao mesmo fato, que desencadearia um efeito dominó, uma vez que o secretário foi uma indicação do vereador. Outros cargos indicados pelo vereador na pasta da Cultura também estariam sob risco.

De acordo com Trevisan, os secretários municipais em questão pediram exoneração de seus cargos por motivos pessoais, confirmando assim a nota oficial. "Ele (Adolpho) perdeu a confiança do grupo de diretores da Cultura, que trabalhou muito neste um ano e meio para fazer a cultura na cidade. Não há nada de problema comigo e o Adolfo. O trem da vida segue", garantiu o vereador.

Trevisan supõe também que o prefeito possa ter perdido a confiança em Adolpho, que participou recentemente, segundo o vereador, da pré-campanha de um candidato a deputado federal que faz oposição ao governo municipal.

A Gazeta tentou contato com Adolpho Queiroz, mas ele não deu retorno. Até o momento, o que se sabe, é que Sérgio Chaim saiu por pedido próprio, devido a trabalhos pessoais. Segundo a prefeitura, assim que forem definidos os novos nomes que assumirão as pastas, o governo fará um comunicado.

Condenação em segunda instância

O julgamento de Laércio Trevisan Júnior em segunda instância, que pode ter dado motivo para desentendimento com o prefeito Luciano Almeida, foi presidido pelo juiz Luiz Antonio Cardoso, no dia 12 de julho. O Processo 0004711-29.2018.8.26.0451 contou no colegiado com os juizes Luiz Toloza Neto, Ruy Alberto Leme Cavalheiro e Antonio Álvaro Castello. A juiza de primeira instância foi Ana Claudia Madeira de Oliveira.

Em votação unânime, foi rejeitada a preliminar arguida e, no mérito, por maioria de votos, os juízes negaram provimento ao recurso. 

No entanto, para o vereador, “não há condenação, apenas penalidade revertida em multa, ainda sub judice”. Trevisan disse também:

“Considerando que recorri da sentença proferida em 1ª Instância, a qual foi convertida em multa de três salários mínimos por suposto porte de arma, terça-feira, durante julgamento no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o Desembargador revisor divergiu da sentença dos demais dois desembargadores, o qual julgou pela absolvição. Com o voto do desembargador revisor, tenho o direito ao ingresso jurídico de embargos infringentes, o que possibilitará e garantirá um novo julgamento no Tribunal de Justiça. Agora, com um colegiado de cinco desembargadores, com uma nova tese jurídica a ser elaborada pelos meus advogados, portanto, segue a ação sub judice. Ressalto que tal fato, nada tem a ver com o meu mandato de vereador e tudo será devidamente esclarecido nos autos”.