Os Estados Unidos retornam à "linha de frente" mundial, mas agora contarão com seus aliados para "vencer a competição com a China" e contra-atacar seus outros adversários
Os Estados Unidos retornam à "linha de frente" mundial, mas agora contarão com seus aliados para "vencer a competição com a China" e contra-atacar seus outros adversários. O secretário de Estado nomeado por Joe Biden, Antony Blinken, prometeu nesta terça-feira (19) romper com a diplomacia unilateralista e soberanista de Donald Trump.
"Podemos revitalizar nossas alianças fundamentais", dirá nesta terça Antony Blinken durante sua audiência no Senado, segundo o texto divulgado por sua equipe.
"Juntos, estamos em uma posição muito melhor para contra-atacar as ameaças semeadas por Rússia, Irã e Coreia do Norte e defender a democracia e os direitos humanos", indica o trecho antecipado.
As palavras de Blinken vão no mesmo caminho da mensagem repetida pelo presidente eleito de virar a página do governo Trump, que durante quatro anos deslocou seus aliados históricos, simpatizou com autocratas, quebrou acordos internacionais e desprezou organismos multilaterais.
Para isso, Biden voltará a colocar os Estados Unidos no Acordo de Paris sobre o clima. Também selecionou diplomatas experientes que faziam parte da gestão de Barack Obama, uma equipe pensada para retomar uma política externa mais tradicional.
Uma pesquisa do centro Pew Research mostrou que el 79% dos alemães, 72% dos franceses e 65% dos britânicos confiam nos planos de Biden.
Na chefia desses diplomatas estará Blinken, um intervencionista que terá de lidar com um país que quer deixar de olhar para fora.
"A liderança americana ainda conta", dirá o secretário de Estado nomeado por Biden nesta tarde aos senadores, que decidirão nos próximos dias se ele obterá o cargo.
Blinken prometerá um retorno dos Estados Unidos à "linha de frente", mas de forma coletiva, porque "nenhum dos grandes desafios" do momento "pode ser resolvido por um país agindo sozinho".
"Guiados por esses princípios, podemos superar a crise da covid, o maior desafio compartilhado desde a Segunda Guerra Mundial".
"Podemos vencer a competição com a China", também dirá.
Descrito como "fraco" por muitos republicanos, Biden se comprometeu a ser "duro com a China".
Em seus últimos dias, o governo Trump tomou várias decisões diplomáticas que poderiam complicar Biden. No entanto, o secretário de Estado americano estendeu a mão nesta terça-feira ao seu sucessor, ao declarar que a China comete um "genocídio" contra os muçulmanos uigures.
Essa firmeza dará lugar a uma nova Guerra Fria como a que parecia se aproximar sob a liderança de Mike Pompeo, secretário de Estado de Donald Trump, ou a uma competição estratégica clara e mais pacífica, como querem os europeus?