Cinquenta e sete municípios brasileiros, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, elegem seus prefeitos neste domingo (29), no segundo turno de uma eleição marcada pela crise econômica e a volta do crescimento do novo coronavírus
Cinquenta e sete municípios brasileiros, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro, elegem seus prefeitos neste domingo (29), no segundo turno de uma eleição marcada pela crise econômica e a volta do crescimento do novo coronavírus.
O primeiro turno, há duas semanas, registrou um avanço dos tradicionais partidos de centro e centro-direita, enquanto apenas dois dos treze candidatos apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro, da extrema direita, foram eleitos e outros dois seguem na disputa.
Houve também deslocamentos dentro do eleitorado de esquerda, em detrimento do Partido dos Trabalhadores (PT) do ex-presidente Lula, que foi derrotado em dezenas de municípios.
Em São Paulo, com 12,5 milhões de habitantes, o candidato do PT, Jilmar Tatto, ficou em sexto lugar, enquanto Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), ficou em segundo e vai disputar o cargo com o atual prefeito, o centrista Bruno Covas, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
A reta final da campanha foi marcada pelo anúncio, na sexta-feira, de que Boulos, de 38 anos, havia contraído a covid-19, o que o obrigou a cancelar o último debate na TV.
No primeiro turno, Boulos obteve 20% dos votos, contra 32% de Covas, que desde o ano passado trata de um câncer no aparelho digestivo que afetou também seu fígado e linfonodos.
Covas, de 40 anos, é o favorito, embora sua vantagem tenha diminuído nos últimos dias. A pesquisa do Datafolha deste sábado atribui a ele 55% das intenções de voto contra 45% para Boulos.
Boulos, líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), soube expandir seu eleitorado, principalmente entre a juventude, com bom uso das redes sociais e defendendo causas como a igualdade racial ou de gênero.
No Rio de Janeiro, cidade de 6,7 milhões de habitantes, o pleito parece decidido a favor do ex-prefeito Eduardo Paes, do Democratas (DEM), que tem 68% da intenções de voto, contra 32% do atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), um pastor evangélico licenciado, aliado de Bolsonaro.
As seções eleitorais vão abrir às 07h e fechar às 17h, horário de Brasília.
Em 15 de novembro, 147,9 milhões de eleitores foram convocados às urnas para escolher prefeitos e vereadores de 5.569 municípios. Agora, 38 milhões vão definir as disputas em 57 cidades, 18 delas capitais dos 26 estados do país de 211,8 milhões de habitantes.
As eleições foram celebradas com seis semanas de atraso, devido à pandemia de covid-19, que já deixou 6,2 milhões de casos e 172 mil mortos, um balanço de mortes superado apenas pelos Estados Unidos.
A média de óbitos, que havia superado os mil por dia entre julho e agosto, caiu para menos de 350 na segunda semana de novembro, e voltou a subir para cerca de 500 atualmente.
A doença e as medidas de confinamento, determinadas para contê-la, afundaram a economia, levando o desemprego a um nível recorde de 14,6%, com 14,1 milhões de pessoas em busca de emprego - 1,6 milhão a mais do que há um ano.