O primeiro-ministro da Romênia, Ludovic Orban, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (7) após o revés eleitoral de seu partido nas eleições legislativas, mas seu partido liberal pró-europeu permaneceria no poder graças a um jogo de alianças
O primeiro-ministro da Romênia, Ludovic Orban, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (7) após o revés eleitoral de seu partido nas eleições legislativas, mas seu partido liberal pró-europeu permaneceria no poder graças a um jogo de alianças.
"Hoje decidi apresentar minha renúncia!", declarou diante das câmeras de televisão. "Minha decisão mostra que não estou preso a nenhum cargo. Para mim, o interesse nacional está à frente do meu partido ou da minha pessoa", acrescentou.
"Minha renúncia tem um objetivo preciso: tornar possível o lançamento das negociações com vistas à formação do futuro governo", disse.
O presidente Klaus Iohannis acatou o pedido de renúncia imediatamente e nomeou o ministro da Defesa, Nicolae Ciuca, como primeiro-ministro interino.
Iohanis convocará nos próximos dias consultas para formar uma coalizão de centro direita, apesar da vitória inesperada dos social-democratas do PSD (30%) sobre os liberais do PNL (25%), segundo os resultados após a apuração de 95% dos votos.
O presidente assegurou ter compreendido a mensagem dos eleitores: "Muitos romenos estão descontentes comigo, com os partidos políticos ou algumas medidas" adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus.
Afastados do poder no fim de 2019 devido a protestos maciços no país e de críticas de Bruxelas por "atentar contra o Estado de direito", os social-democratas do PSD colheram o descontentamento.
O PNL de Orban, de 57 anos, que foi nomeado primeiro-ministro em 2019 após uma moção de censura que derrubou o governo social-democrata, pagou o preço da criticada gestão da pandemia e de uma crise econômica que ameaça se prolongar.
Este partido mantém, no entanto, grandes chances de formar um governo, graças à coalizão com os reformistas de uma jovem aliança centro direita, a USR-Plus, que obteve 15,5% dos votos.
Um terceiro partido deve se unir a esta coalizão: o partido da minoria magiar (húngara), UDMR, que obteve 6% dos votos.
Mas a tarefa dos liberais se anuncia complicada. "A maioria que será formada provavelmente ao redor do PNL será extremamente frágil", pois dependerá dos interesses divergentes de outros partidos, comentou à AFP o cientista político Adrian Taranu.
Se as negociações forem bem sucedidas, "o governo poderia se formar rapidamente, mas os liberais terão dificuldades para gerir esta aliança a longo prazo", continuou, avaliando, ainda, que o PNL estará de novo "à mercê dos social-democratas" para aprovar suas reformas-chave no Parlamento.