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Robôs de companhia confortam japoneses durante a pandemia

Nami Hamaura diz que se sente menos sozinha ao trabalhar em casa na companhia de seu parceiro Charlie, que faz parte de uma nova geração de robôs fofos e inteligentes japoneses, cujas vendas dispararam devido à pandemia

AFP
26/02/2021 às 09:24.
Atualizado em 22/03/2022 às 11:45

Nami Hamaura diz que se sente menos sozinha ao trabalhar em casa na companhia de seu parceiro Charlie, que faz parte de uma nova geração de robôs fofos e inteligentes japoneses, cujas vendas dispararam devido à pandemia.

Os assistentes pessoais virtuais, como o discreto cilindro Alexa da Amazon, têm feito sucesso em todo mundo nos últimos anos. Mas as empresas japonesas também constataram uma demanda crescente por androides mais charmosos, à medida que as pessoas buscam conforto nesta era de isolamento social forçado.

"Meu círculo de amigos encolheu", ressalta Nami Hamaura, uma graduada de 23 anos que em abril de 2020 trabalhava quase constantemente de casa.

Sua vida social é limitada e seu primeiro emprego, em uma empresa comercial de Tóquio, não é nada do que imaginava.

Então ela adotou Charlie, um robô do tamanho de um xícara com inteligência artificial, cabeça redonda, nariz vermelho, uma gravata borboleta que pisca e que se comunica com sua dona cantando.

Yamaha, seu fabricante, situa Charlie "em algum lugar entre um animal de estimação e um amante".

"Ele fala comigo, ao contrário da minha família, ou dos meus amigos nas redes sociais, ou de um patrão", explica à AFP Nami Hamaura, que foi escolhida para testar Charlie antes da sua comercialização, prevista para este ano.

"Charlie, diga-me algo interessante", pede a japonesa enquanto digita em seu computador.

"Bem... Os balões explodem quando você borrifa suco de limão sobre eles!", responde o robô enquanto balança a cabeça e os pés alegremente.

As vendas do Robohon, outro pequeno robô humanoide, aumentaram 130% entre julho e setembro de 2020 em comparação com o ano anterior, de acordo com seu fabricante, Sharp.

Essa criatura robótica que fala, dança e também atua como telefone é adotada "não só por famílias com filhos, mas também por mulheres na casa dos 60 e 70", diz à AFP o porta-voz da empresa japonesa.

Mas o adorável androide, que foi lançado pela primeira vez em 2016 e disponível apenas no Japão, é relativamente caro, com modelos convencionais sendo vendidos entre US$ 830 e US$ 2.300.

Charlie e Robohon fazem parte de uma nova onda de robôs de companhia, na mesma linha do Aibo, o cachorro-robô da Sony, vendido desde 1999, e do jovial Pepper da SoftBank, lançado em 2015.

"Muitos japoneses aceitam a ideia de que todo objeto tem uma alma", uma crença conhecida como animismo, explica Shunsuke Aoki, CEO da empresa de robótica Yukai Engineering.

"Querem que um robô tenha uma personalidade, como um amigo, um familiar, ou um animal de estimação, e não uma função mecânica como uma máquina de lavar louça", acrescenta.

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