A construção civil é um dos setores em que a força de trabalho formal masculina predomina na região (Mateus Medeiros/Gazeta de Piracicaba)
A Região Metropolitana de Piracicaba (RMP) gerou 1.794 empregos formais em junho, 28% inferior ao mês anterior, quando foram criadas 2.490 vagas formais, segundo as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em junho, foram demitidos 16.031 profissionais e admitidos 17. 825.
A indústria de transformação responde pela maior parte das vagas geradas (540), seguido do setor de serviços (471). Destaca-se no cenário a fabricação de sucos concentrados de frutas, hortaliças e legumes (indústria de alimentos), fabricação de peças e acessórios para veículos, transporte rodoviário de carga, mudanças e transporte rodoviário de produtos perigosos.
A maior parte dos municípios da RMP conseguiu saldo positivo: Limeira foi responsável pela geração de 403 novas vagas; Pirassununga, 253; Piracicaba, 238; Leme, 229; Araras, 165; Conchal, 152; Rio Claro, 116; Elias Fausto, 95; Rio das Pedras, 65; Santa Maria da Serra, 60; Cordeirópolis, 31; Mombuca, 31; Saltinho, 31; São Pedro, 21; Capivari, 19; Águas de São Pedro, 11; Corumbataí, 9, e Santa Cruz da Conceição, 8.
Os municípios com o pior desempenho foram Iracemápolis, com saldo negativo de 55 postos de trabalho, e Santa Gertrudes, que perdeu 75, puxados pelas demissões nos setores de produção de borracha e material plástico e fabricação de produtos minerais não-metálicos, respectivamente.
Os dados foram analisados pelo Observatório da Região Metropolitana de Piracicaba (RMP), ligado à Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esal-USP, cuja equipe é formada pelos professores Cristiane Feltre, Eliana Terci e Carlos Eduardo Vian.
Igualdade de Gênero
Segundo os professores, houve no período em questão um desequilíbrio entre gêneros, uma vez que os homens ficaram com 60% das vagas, demonstrando assim baixo desempenho da RMP em relação ao objetivo do desenvolvimento sustentável no quesito igualdade de gênero, medido pelo Instituto Cidades Sustentáveis.
Os homens representam 60% da força de trabalho formal na região, enquanto as mulheres representam uma parcela menor dessa fatia. Os setores em que as desigualdades na ocupação são maiores são a construção civil (7%), agropecuária (22%) e indústria (24%). Em parte, as desigualdades observadas nos dois primeiros setores podem ser explicadas pelas condições de trabalho nestes segmentos, trabalhos pesados e com jornadas cansativas.
"A inovação tecnológica e a consequente adoção de novas tecnologias devem contribuir para a redução das disparidades de ocupação de homens e mulheres", supõem-se.
"É relevante salientar que essas desigualdades setoriais refletem os desequilíbrios nas ocupações em setores que oferecem remunerações melhores, como a indústria, na qual as mulheres têm baixa participação. Outra constatação é a de 40% dos homens empregados formalmente na região recebe até dois salários mínimos, enquanto para as mulheres esse percentual se eleva para 61%", analisam.
Ciesp
De acordo com o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp - Regional Piracicaba), referente à geração de empregos em Piracicaba, com base no Caged, houve equilíbrio na comparação do primeiro semestre do ano passado em relação a este ano.
"Em 2021 foram criadas 4.070 novos postos de trabalho no município. Este ano, 4.043, uma diferença de 27 vagas, o que demonstra leve oscilação e até mesmo estabilidade", afirmou Homero Scarso, presidente do Ciesp-Piracicaba.