O prefeito Eduardo Paes determinou nesta sexta-feira (19) o fechamento das praias do Rio de Janeiro no fim de semana, na tentativa de conter a disseminação do coronavírus
O prefeito Eduardo Paes determinou nesta sexta-feira (19) o fechamento das praias do Rio de Janeiro no fim de semana, na tentativa de conter a disseminação do coronavírus.
O país sul-americano atravessa o pior momento da pandemia, com os hospitais de vários estados lotados e uma campanha de vacinação incipiente.
A média diária de mortes em sete dias dobrou no último mês, de 1.039 em 19 de fevereiro para 2.087 na última quinta-feira, no país com 212 milhões de habitantes. Os balanços mostram mais de 287.000 mortes e quase 12 milhões de casos, números superados apenas pelos Estados Unidos.
Dos 27 estados brasileiros, 25 possuem ocupação igual ou superior a 80% em Unidades de Terapia Intensiva (UTI).
A taxa de ocupação dos leitos de UTI do Rio de Janeiro é de 95%, segundo autoridades. A capital turística do país tinha 620 pacientes internados em centros de terapia intensiva da rede pública até quinta-feira, um recorde desde o início da pandemia no país, em fevereiro de 2020.
A situação é "muito crítica", ressaltou o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
A partir de sábado (20), fica proibida "a permanência de indivíduos na praia, incluindo para esporte, banho de mar e atividades econômicas", anunciou Paes em entrevista coletiva, na qual descreveu a situação como "muito crítica".
Tampouco será permitido estacionar na orla - exceto para moradores da região - e será proibida a entrada de ônibus de turismo na cidade.
As autoridades já haviam proibido no dia 5 de março o funcionamento de bares e comércios após as 21h, e a permanência de pessoas na rua, entre 23h e 5h.
Paes disse que anunciará na segunda-feira "medidas mais restritivas", após reunião marcada com a comissão científica que o assessora.
Apesar de representar menos risco de contágio do que os locais fechados, as praias cariocas ficam muito movimentadas nos finais de semana, com a maioria das pessoas sem máscara e com grande fluxo de camelôs.
"Faço um apelo aos cariocas. É um momento de ficar em casa. Não estamos prendendo as pessoas em casa, não estamos impedindo as pessoas de sair na rua, mas é o momento das pessoas evitarem o contato, interações, frequentar demais o espaço público", pediu Paes.
Com 17 milhões de habitantes, o estado do Rio de Janeiro concentra 34.697 dos 287.499 óbitos registrados no Brasil até o momento.
É o terceiro estado com maior número de óbitos por 100 mil habitantes (201), atrás do Amazonas (282) e de Roraima (209), segundo dados do Ministério da Saúde.
São Paulo, capital econômica e financeira do país, antecipou uma série de feriados para reduzir a circulação e pediu para que se evite viagens às cidades litorâneas.
As medidas adotadas de forma dispersa por governadores e prefeitos não têm sido suficientes para controlar a segunda onda da pandemia ou para convencer o presidente Jair Bolsonaro da necessidade de medidas de isolamento social.