INTERNACIONAL

Repressão militar após golpe em Mianmar registra primeira morte

A repressão dos militares birmaneses aos manifestantes que protestavam contra o golpe fez sua primeira vítima fatal nesta sexta-feira (19), com a morte de uma mulher baleada, em um contexto de crescente pressão internacional contra a junta

AFP
19/02/2021 às 07:44.
Atualizado em 23/03/2022 às 18:19

A repressão dos militares birmaneses aos manifestantes que protestavam contra o golpe fez sua primeira vítima fatal nesta sexta-feira (19), com a morte de uma mulher baleada, em um contexto de crescente pressão internacional contra a junta.

Mya Thwate Thwate Khaing foi baleada na cabeça em 9 de fevereiro, em uma manifestação contra o golpe de Estado, em NaiPyidó, capital administrativa de Mianmar. Os confrontos explodiram nessa data, quando as forças de segurança começaram a atirar balas de borracha contra os manifestantes.

Os médicos do hospital da cidade disseram à AFP que pelo menos duas pessoas foram gravemente feridas por balas reais: uma delas, a jovem que faleceu nesta sexta.

Boa parte do país se rebelou quando a junta derrubou a então chefe do governo civil, Aung San Suu Kyi, em 1º de fevereiro. Desde então, ela é mantida em prisão domiciliar.

As pressões se multiplicaram sobre os militares, que até agora ignoraram as inúmeras condenações e sanções internacionais.

O Reino Unido, uma ex-potência colonial, anunciou na quinta-feira (18) que aplicará sanções a três generais birmaneses por "graves violações dos direitos humanos".

O Canadá, por sua vez, punirá nove oficiais militares birmaneses e acusou a junta de ter realizado "uma ação sistemática de repressão por meio de medidas legislativas coercitivas e do uso da força".

O chefe da junta, general Min Aung Hlaing, tornou-se um pária internacional, após a ofensiva contra os muçulmanos rohingya em 2017.

Na semana passada, o presidente americano, Joe Biden, anunciou que Washington bloqueará o acesso dos generais a um fundo de US$ 1 bilhão nos Estados Unidos.

Grupos de direitos humanos celebram essas iniciativas, mas acreditam que é preciso ir além.

As sanções "não são suficientes para responsabilizar os militares e minar sua força econômica", observou Paul Donowitz, da ONG britânica Global Witness.

"Esperamos um anúncio de sanções da União Europeia na segunda-feira", disse Thinzar Shunlei Yi, um dos militantes que lançaram a campanha de desobediência civil.

Apesar da dura repressão, continuam as convocações de desobediência civil com inúmeras manifestações e greves no país.

Mianmar sofreu cortes de Internet pela quinta noite consecutiva, informa uma entidade especializada instalada no Reino Unido, acrescentando que houve uma retomada do serviço nesta sexta, às 9h locais.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Gazeta de Piracicaba© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por